Dietrich Bonhoeffer nasceu em 1906, em Breslau, na Alemanha. Cresceu em uma família muito unida de sete irmãos. Seu pai era médico e psiquiatra renomado, e também um descrente bastante cético em relação a fé cristã. Sua família não freqüentava a igreja no sentido de serem membros ativos ou de participarem da vida da congregação local. Os filhos não eram mandados para a igreja e a família não ia aos cultos, nem mesmo nas datas especiais. Mesmo assim, pela influência da mãe, a Bíblia e suas histórias foram ensinadas dentro de casa.
Quando Bonhoeffer completou 14 anos, surpreendeu a família ao anunciar sua decisão de tornar-se ministro do evangelho e estudar teologia. Seus irmãos e irmãs criticaram duramente sua decisão, dizendo que a Igreja era uma instituição pobre, fraca, monótona e pequeno-burguesa. “Sua resposta a estes ataques foi: Nesse caso, Deus me use para reformá-la”.
Entrou na Universidade de Tubingen em 1923, aos 17 anos. Em 1927, recebeu o doutorado em Berlim. Sua tese versava sobre comunhão dos santos. Nesta, ele definiu a Igreja como: “Cristo existindo através dos santos”. Pastoreou Barcelona, Nova Iorque, entre outras.
Em 1º. de fevereiro de 1933, dois dias depois de Adolf Hitler ter tomado o poder na Alemanha, Bonhoeffer fez um pronunciamento. Alertava seus ouvintes a não permitir que nenhum líder se renda aos desejos de seus seguidores, ou seja, tornar-se um ídolo. “Um líder que cai nessa tentação se torna um líder que faz de si mesmo e de seu cargo um ídolo, e, dessa maneira, zomba de Deus”.
Em abril de 1933, vários pastores alemães se reuniram para declarar que concordavam com o “Princípio do Fuhrer”. Endossaram também a idéia da supremacia da raça ariana. Bonhoeffer, Barth e outros ficaram chocados pela postura assumida pela igreja alemã.
Em 1933 ainda, a Gestapo prendera vários pastores luteranos dissidentes do movimento cristão alemão. Bonhoeffer saiu da Alemanha dizendo que “A Igreja não tinha o direito de preparar ou permitir que líderes especiais com poderes soberanos fossem assimilados. Somente Cristo era o Senhor.
Em 1935 ele retorna para a Alemanha para ajudar a Igreja Confessional a estabelecer um seminário ilegal em Finkendale. Tinha sob sua liderança 25 jovens. Em 1943 ele é preso para nunca mais sair. Foi morto algumas semanas antes de os aliados tomarem o campo de concentração onde estava preso. Em 9 de abril de 1945, uma segunda-feira, após liderar o culto e ter pregado sob Isaias 53.5, Dietrich Bonhoeffer foi enforcado. Suas últimas palavras foram: “Este é o fim, mas para mim é apenas o início da vida”.
Entre tantos textos, destacamos este: Perdendo o Ideal
Princípio No. 03: Em um mundo viciado em ideologia, a comunidade cristã não deve se basear em um ideal de comunidade. Bonhoeffer faz um alerta aos cristãos que procuram trazer para a sua comunhão os sonhos prazerosos das comunidades do passado.
Uma pessoa que deseja algo além do que Cristo estabeleceu não deseja a irmandade cristã. Está procurando por uma experiência social extraordinária que encontrou em outro lugar. Chegou a dizer que existe um certo valor em ficarmos inicialmente decepcionados pela qualidade da comunhão cristã em uma igreja. Cristo pode estar nos levando a essa experiência de decepção, para que possa destronar os ídolos da comunidade que criamos a partir de nossa memória ou teoria. A decepção com meus irmãos me força a procurar o mediador de uma vida cristã comunitária genuína e satisfatória: Jesus Cristo.
(Extraído do livro: Lições de Mestre)
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