Outro dia no mercado municipal, em uma banca onde se vendem frutas cristalizadas e importadas, uma avelã saiu rolando pelo corredor e dois guris desesperados atrás dela se enfiavam por debaixo dos transeuntes e demais bancas, criando um alvoroço no ambiente. Tal cena imediatamente me fez lembrar do esquilo da era do gelo. O desespero deste pequeno animalzinho por sua avelã – seu adorável objeto de desejo! Por esta avelã ele se arrisca, se joga das alturas, corre riscos de morte... A avelã é muito mais que um fruto que venha saciar sua fome, é o tesouro de seu coração. Onde está o seu tesouro, ai estará também, o seu coração disse Jesus (Mateus 6.21).
Ao pronunciar tais palavras, Jesus abria uma nova seção na mensagem do sermão do Monte. Esta seção evidenciava os tesouros do coração, os dois senhores, e a ansiosa solicitude pela vida, culminando com o desafio: “Buscai primeiro o reino de Deus e a sua justiça”...
É importante entendermos que ninguém chegará ao final da seção, buscando em primeiro lugar o reino de Deus, sem que primeiro perceba onde está o tesouro de seu coração. Segundo o Evangelho de Mateus, é impossível que alguém viva a primazia do Reino sem que antes de tudo, seu coração esteja devotado com as coisas celestiais. Se o desejo do coração é por coisas terrenas, tesouros terrenos, oportunidades terrenas; a primazia será pela avelã que insiste em escapulir das mãos – à semelhança do esquilo! Todavia, se o tesouro do seu coração está nas coisas de Deus, no reino de Deus, na vontade de Deus, na santidade de seu nome, na expansão de sua obra, certamente não haverá restrição para seu engajamento, para sua colaboração, para sua participação. A pergunta que se faz é: Se temos todos afirmado esta condição: nosso tesouro é celestial; porque tanta negligência na obra? Porque tamanho descompromisso com a obra? Porque tanta indiferença, mornidão e frieza na fé?
Parece que é mais interessante correr atrás de avelãs do que amar o Reino!
Pastor Carlos Orlandi
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