Um forte terremoto de magnitude 8,9 atingiu a costa nordeste do Japão, na sexta-feira 11/3/2011, gerando um tsunami que devastou cidades, arrastando prédios, casas, carros, containers e navios. Milhares de pessoas estão desaparecidas. As estatísticas sobre o número de mortos aumentam a cada hora. Os prejuízos materiais são incalculáveis. Esse é um dos maiores terremotos da história do Japão.
Nos últimos tempos, o mundo tem assistido a catástrofes naturais sem precedentes. A quantidade e a extensão desses desastres, tais como: secas, inundações, erupções vulcânicas, furacões, terremotos e tsunamis têm colocado o mundo em alerta, levando muitos ao desespero.
Qual o significado desses fenômenos?
Seriam, porventura, sinais da parte de Deus? Como devemos encará-los? São apenas manifestações da natureza ou teriam uma mensagem escatológica?
Antes de prosseguir, sugiro a leitura do texto bíblico de Lucas 21.25 a 38.
Nesse texto, Jesus alerta quanto aos sinais que anunciarão o final dos tempos e a sua vinda gloriosa. Segundo ele, “haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas; sobre a terra, angústia entre as nações em perplexidade por causa do bramido do mar e das ondas; haverá homens que desmaiarão de terror e pela expectativa das coisas que sobrevirão ao mundo; pois os poderes dos céus serão abalados” (Lc 21.25 a 28).
Sem enveredar pelo caminho das teologias catastrofistas e evitando a obsessão de associar esses eventos a determinadas profecias, não podemos, contudo, ficar indiferentes ao que está acontecendo, como se tudo fosse natural, isto é, mera movimentação da natureza.
Deus é Senhor da natureza. São abundantes as passagens bíblicas que confirmam que a natureza obedece ao Criador (Sl 148.1 a 8). Sendo assim, não seria um exagero afirmar que a revolução da natureza está dentro da ação pedagógica de Deus em um mundo insensível e surdo à sua voz. Por exemplo, o dilúvio registrado no livro de Gênesis é apenas um dos episódios bíblicos que confirmam essa tese (Gn 6 e 7).
Diante da tragédia do Japão e tantas outras que temos assistido, e com base no relato bíblico de Lucas 21.25 a 38, não há dúvida de que precisamos assumir algumas atitudes urgentes. Podemos chamá-las de atitudes prudentes em tempos de calamidade. Vejamos:
1) Temor do Senhor – Esses acontecimentos trágicos devem despertar em nós o temor do Senhor. Essas tragédias têm mostrado ao homem a sua fragilidade e insignificância. A segunda economia do mundo viu a sua vulnerabilidade diante do furor da natureza. A Bíblia está repleta de relatos sobre eventos trágicos, que despertaram nas pessoas o temor de Deus (Jn 1.16; Mt 27.54; At 5.11). Segundo o profeta Miqueias, “a voz do Senhor clama à cidade e é verdadeira sabedoria temer-lhe o nome” (Mq 6.9).
2) Confiança no Senhor – Conforme o relato de Lucas, Jesus disse que “haverá homens que desmaiarão de terror e pela expectativa das coisas que sobrevirão ao mundo; pois os poderes dos céus serão abalados. Então, se verá o Filho do Homem vindo numa nuvem, com poder e grande glória. Ora, ao começarem estas coisas a suceder, exultai e erguei a vossa cabeça; porque a vossa redenção se aproxima” (Lc 21.26-28). Não adianta ficar assombrado ante a iminência do fim. A atitude sensata é a confiança no Senhor. Segundo o salmista, “os que confiam no Senhor são como o monte Sião, que não se abala, firme para sempre” (Sl 125.1). Quando se confia inteiramente no Senhor pode-se dizer como Paulo: “Porque, se vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. Quer, pois, vivamos ou morramos, somos do Senhor” (Rm 14.8).
3) Vida Santificada – Jesus adverte: “Acautelai-vos por vós mesmos, para que nunca vos suceda que o vosso coração fique sobrecarregado com as conseqüências da orgia, da embriaguez e das preocupações deste mundo, e para que aquele dia não venha sobre vós repentinamente, como um laço” (Lc 21.34).
Os acontecimentos do tempo presente nos desafiam a uma reavaliação da vida. Não é possível mais a humanidade caminhar como tem caminhado: longe de Deus e com o coração voltado apenas para as coisas deste mundo. A santidade pessoal é uma necessidade urgente (Cl 3.1 a 17).
4) Vigilância e Oração – Disse Jesus: “Vigiai, pois, a todo tempo, orando, para que possais escapar de todas estas coisas que têm de suceder e estar em pé na presença do Filho do Homem” (Lc 21.36). Essa deve ser a atitude de todos aqueles que confiam no Senhor e desejam ser mais do que vencedores. É lamentável perceber que, mesmo diante dos flagelos que têm vitimado o mundo, tantas pessoas têm se mostrado relapsas, deixando de vigiar e orar. O exercício de vigilância e oração conforta e fortalece; e deve acontecer tanto individual quanto coletivamente.
5) Despertamento Espiritual – Lucas conclui o texto, dizendo que “Jesus ensinava todos os dias no templo, mas à noite, saindo, ia pousar no monte chamado das Oliveiras. E todo o povo madrugava para ir ter com ele no templo, a fim de ouvi-lo” (Lc 21.37,38). O povo estava sedento. Diante da mensagem de Jesus, sobre o fim iminente, o povo levantava de madrugada para ter com ele e ouvir as palavras de vida.
Diante das tragédias que têm se multiplicado no mundo, seria natural que as pessoas afluíssem aos templos para ouvir a Palavra de Deus e se quebrantarem diante do Senhor.
Porém, percebe-se que a maioria parece estar entorpecida pelos prazeres e preocupações com as coisas deste mundo. Lamentavelmente, nem mesmo um terremoto de 8,9 graus na escala Richter parece ser capaz de abalar os corações endurecidos e insensíveis.
O que mais precisará acontecer para que o mundo compreenda que “a força do homem nada faz, sozinho está perdido!”?
Quais têm sido as suas atitudes, diante das tragédias que estão se abatendo sobre o mundo?
Rev. Eneziel Peixoto de Andrade
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