Há treze anos, a Assembleia de Deus no Brasil perdia um profeta, o pastor Valdir Bícego. Ele gostava de dizer, em suas mensagens, que Deus lhe dera sete livramentos de morte certa. Mas, naquela tarde do dia 28 de abril de 1998, uma única bala, calibre 22, foi suficiente para causar a sua morte. Deus é soberano.
No dia 27 de abril de 2011, mais um homem de Deus partiu para a glória, e de maneira trágica: David Wilkerson. Quem conhece a sua biografia sabe que ele podia ter sido assassinado ainda jovem, em Nova York, por Nick Cruz e sua gang. Mas o Senhor o preservou soberanamente até ontem, quando permitiu que uma carreta atingisse o seu carro, em uma estrada no Texas, Estados Unidos.
David Wilkerson foi um dos escritores que muito me influenciou quando eu comecei a pregar. Lembro-me de uma terça-feira, em 1989, em que um irmão idoso assentou-se ao meu lado e, com lágrimas nos olhos, disse: “Jovem, você é pregador e precisa ler este livro”. Ele me presenteou com um livro surrado e todo marcado: Toca a Trombeta em Sião, da CPAD. Percebi, ao ler a obra, que Wilkerson não era teólogo, exegeta ou erudito, mas um profeta do Altíssimo.
Blogs e sites evangélicos estão noticiando a morte de David Wilkerson com detalhes desde ontem, inclusive fazendo menção de sua trajetória e de suas obras, como A Cruz e o Punhal, que narra a conversão de Nick Cruz. O jornal online The Christian Post noticiou o acidente — “Times Square Church Founder David Wilkerson Dies in Crash” — e divulgou uma nota da família Wilkerson: “Agradecemos as orações, e os nossos corações estão tristes. Mas nos alegramos por termos conhecido David Wilkerson, que passou a sua vida bem”.
Não podia Deus ter livrado da morte esses dois profetas mencionados, Valdir Bícego e David Wilkerson, uma vez que já havia feito isso muitas vezes? E por que eles partiram de modo tão trágico?
Embora haja promessas de livramento para os crentes fiéis (2 Sm 22.49; Sl 18.48; 34.7), estamos sujeitos a morrer de forma violenta (Mt 14.1-12). O próprio Senhor Jesus afirmou: “E não temais os que matam o corpo, e não podem matar a alma; temei antes aquele que pode fazer perecer no inferno a alma e o corpo” (Mt 10.28). Para o salvo, o importante é morrer “em Cristo” (1 Ts 4.16).
A maneira de morrer para o cristão torna-se irrelevante quando consideramos 1 Coríntios 15.51-53 e 2 Coríntios 5.1-4, passagens que enfatizam a transformação do nosso corpo no dia do Arrebatamento da Igreja. Por isso, o apóstolo Paulo, que, segundo a tradição, teria sido decapitado, afirmou: “para mim o viver é Cristo, e o morrer é ganho” (Fp 1.21).
Que Deus console as famílias de David Wilkerson e Valdir Bícego, profetas de Deus com trajetórias semelhantes, que partiram para a glória no mesmo mês, em 1998 e 2011, respectivamente, de maneira trágica. Mas o importante é que eles deixaram imitadores (1 Co 11.1). O Senhor nos deu esses profetas, e o Senhor os tomou. Como disse Jó, “bendito seja o nome do Senhor” (Jó 1.21).
Ciro Sanches Zibordi
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