Respeito muito os irmãos cessacionistas e tenho até amigos que não concordam com as doutrinas esposadas pelos pentecostais. Mas considero deselegantes os antipentecostais extremistas, que, além de cessacionistas, não sabem (ou não querem?) distinguir o pentecostalismo do pseudopentecostalismo. Chamar as aberrações pseudopentecostais (como o derramamento de doze litros de óleo sobre a cabeça) de práticas pentecostais revela ignorância, preconceito e deselegância.
Considero igualmente deselegante a afirmação de que todos os cessacionistas são sectários e extremistas, pois muitos deles, a despeito de não aceitarem o pentecostalismo, não colocam os que se dizem pentecostais no mesmo bojo. É o caso dos queridos irmãos batistas (tradicionais), presbiterianos e de outras denominações históricas.
Diante do exposto, desejo fazer algumas distinções importantes, a fim de que não se confunda pentecostalismo com pseudopentecostalismo.
O que é o antipentecostalismo?
Ignorando verdades bíblicas esposadas pelos pentecostais, alguns irmãos em Cristo privam-se da sobrenaturalidade do Evangelho, à disposição de todos os salvos (At 2.39). Alguns desses antipentecostais até zombam dos crentes que creem na atualidade da manifestação multíplice do Espírito. Apesar de sinceros, são racionalistas e tradicionalistas (1 Co 2.14,15).
Há um grupo de cessacionistas que dizem aceitar apenas uma parte das manifestações do Espírito descritas nas Escrituras. Alegam que determinadas operações do Espírito foram apenas para os dias dos apóstolos.
Os cessacionistas extremistas, por sua vez, são os cristãos (cristãos?) que nutrem uma aversão aos pentecostais, chegando a afirmar que estes estão endemoninhados. Esses antipentecostais também se mostram iracundos, irônicos e zombeteiros. Gostam de desafiar os pentecostais e consideram estes ignorantes, incapazes de refutar as suas argumentações.
O que é o pseudopentecostalismo?
Há irmãos que se dizem e pensam ser pentecostais, mas não querem abraçar as Escrituras. A maioria deles é de neopentecostais, cristãos experiencialistas e ingênuos, que seguem a qualquer manifestação pseudopentecostal sem nenhuma análise, ao contrário dos crentes de Bereia (At 17.11). Para eles, modismos, como “cair no Espírito”, “unção do riso”, “unção do leão”, etc., são obras divinas, e ponto final. Mas a Palavra de Deus nos manda julgar, examinar tudo (1 Co 2.15; 1 Ts 5.21; 1 Jo 4.1; 1 Co 14.29; Jo 7.24; 1 Co 10.15).
Existe também o neopentecostalismo apóstata, formado por pessoas que já propagaram e defenderam o pentecostalismo bíblico. Apostatando da fé, elas deram ouvidos a espíritos enganadores e a doutrinas de demônios (1 Tm 4.1). Propagam heresias e modismos pseudopentecostais, como “bênção de Toronto”, supostas conversas com santos mortos, como Paulo, Maria, etc., arrebatamentos em grupo, transferência de unção, “avivamento extravagante”, etc.
O pseudopentecostalismo também subsiste fora do arraial evangélico. E é formado por pessoas inconversas, não-regeneradas, que creem na intercessão dos “santos”, na mediação de Maria (ignorando 1 Timóteo 2.15 e João 14.6), etc. A Bíblia diz que o Espírito Santo é dado somente aos que obedecem a Deus (At 5.32). O Senhor Jesus afirmou que o mundo não pode receber o Espírito de verdade (Jo 14.17).
O que é o pentecostalismo?
Muitos crentes se dizem pentecostais, mas não vivem o que pregam. Eles compõem o pentecostalismo nominal. São teóricos e dificilmente experimentam a sobrenaturalidade do Evangelho. O pentecostalismo é um segmento cristão, biblicocêntrico, formado por crentes em Jesus Cristo, verdadeiramente salvos, fiéis, sinceros, que seguem ao que está escrito nas Escrituras.
Os pentecostais creem no que a Palavra de Deus assevera acerca da manifestação multifacetada do Espírito: dons, ministérios e operações (At 2; 1 Co 12.1-11; Mc 16.15-20; 1 Co 14.26, etc). Eles respeitam o primado das Escrituras, considerando estas a sua regra de fé, de prática e de viver.
Ciro Sanches Zibordi
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