Capítulo XX
1. “E VI descer do céu um anjo, que tinha
a chave do abismo, e uma grande cadeia na sua mão”.
I. “...um anjo, que tinha a chave do
abismo”. O Arcanjo Miguel deve
está em foco nesta passagem. Ele é o anjo guerreiro, citado sempre em conexão
com a guerra (Dn 10.21; 12.1; Jd v.9; Ap 12.9). Mas dessa vez sua tarefa é
infinitamente maior. Ele deve amarrar ao próprio Satanás. Naturalmente não
poderia fazer isso, exceto pela autoridade e poder de Deus. De acordo com Ap
1.18, é Cristo o possuidor das chaves: da morte e hades, a dimensão dos mortos.
Portanto, nesta passagem, o uso dessas chaves é concedido ao elevado poder
angelical por delegação divina.
1. O Abismo. Essa expressão é equivalente a
“Hades”, “Sheol” e outros termos que são traduzidos dentro do mesmo conceito.
São palavras usadas tanto pelos escritores do Antigo como do Novo Testamentos.
E agora, o “abismo” servirá de prisão durante mil anos para Satanás. “Hades” em
sentido lato, quer dizer “escondido”. A Bíblia também o descreve como sendo um
“lugar” (At 1.25). Ele é realmente uma prisão contendo portas e ferrolhos (Jó
17.16; Mt 16.18), e ainda chaves que presentemente estão nas mãos de nosso
Senhor Jesus Cristo. “O abismo ou abysus (grego) ou poço do abismo, ou tártaro
no grego é a “escuridão” onde está localizada a prisão dos espíritos maus. Jd
v.6”. (Ver notas expositivas sobre isso, em Ap 9.2).
2. “Ele prendeu o dragão, a antiga
serpente, que é o Diabo e Satanás, e amarrou-o por mil anos”.
I. “...ele prendeu o dragão”. Muitos têm dificuldade em aceitar a prisão de Satanás no
sentido literal. Mas nós temos na Bíblia outras passagens falando de
“...espíritos em prisão” (1Pd 3.19; 2Pd 2.4; Jd v.6). As algemas que o
agrilhoarão são de fabricação divina. Não há, pois, razão para o sentido
literal da “cadeia” e “prisão” de Satanás, pois a palavra grega usada para
“cadeia” (hálusis), é a mesma usada nas passagens de (At 12.7; 28.20; 2Tm 1.16;
T. Nestlé). Em todas essas passagens a significação é literal. Essas precauções
contra o grande inimigo de Deus mostram-nos a grande e perigosa força desse
inimigo; segurar, prender, lançar no abismo, fechá-lo, pôr selo sobre ele!. Os
mil anos de Satanás no abismo não produzirão nenhuma mudança em seu caráter
maligno. Uma vez que seja liberto, provará ser o mesmo antigo diabo. Isso
prova, que prisão não “transforma” mas “deforma”. Mas enquanto estiver preso a
terra se sentirá aliviada, e o reino milenial de Cristo trará paz e justiça por
mil anos.
3. “E lançou-o no abismo, e ali o
encerrou, e pôs selo sobre ele, para que mais não engane as nações, até que os
mil anos se acabem. E depois importa que seja solto, por um pouco de tempo”.
I. “...e pôs selo sobre ele”. Devemos observar que, além da chave e da corrente, haverá
também alguma “espécie de selo” posto sobre ele impedindo-lhe espaço para
qualquer movimento ou ação maléfica de sua pessoa , já estamos bastante
familiarizados com o (“selo”) como sinal de autoridade e respeito (Dn 6.17; Mt
27.66), como instrumento de marcar ou de fechar, com um pouco de cera ou metal,
que conserva fechado algum receptáculo ou livro. Este selo posto sobre Satanás
o colocará na condição de uma “múmia”, o qual como “sombra” apenas em seu
sentimento perverso se revolverá ao redor da prisão. É possível que, nesta
passagem, devamos entender a selagem da entrada do abismo, para que dali
Satanás não possa sair.
1. Até que os mil anos se acabe. Neste
capitulo chegamos a “sétima” e última “dispensação da plenitude dos tempos” (o
Milênio). Nesta secção encontramos seis vezes expressão (“mil anos”): vs. 2, 3,
4, 5, 6, 7, com respeito ao Milênio. O termo derivado do grego “chilliad”, e do
latim “millenium”; aponta para o futuro governo sobre a terra, exercido pelo
“Príncipe da Paz” durante mil anos. Jerusalém será o centro de adoração para
todos os povos e a Capital religiosa do mundo (Jr 3.17; Zc 14.16 e ss): Assim o
Reino do Messias será universal.
4. “E vi tronos; e assentaram-se sobre
eles, e foi-lhes dado o poder de julgar; e vi as almas daqueles que foram
degolados pelo testemunho de Jesus, e pela palavra de Deus e que não adoravam a
besta, nem a sua imagem, e não receberam o sinal em suas testas nem em suas
mãos; e viveram, e reinaram com Cristo durante mil anos”.
I. “...e vi tronos”. O livro do Apocalipse, em sua divisão menor tem 404
versículos do presente texto, sendo, porém, o maior deles (62 palavras). Este
versículo nos fala de tronos e juízes. Devem ser os mesmos personagens vistos
no capítulo 4.4 deste livro; sem dúvida alguma, o que falou Jesus em Mateus
19.28: “...quando, na regeneração, o Filho do homem se assentar no trono da sua
glória, também vós (os doze Apóstolos) assentareis sobre doze tronos, para julgar
as doze tribos de Israel”. (Ver notas expositivas sobre “tronos”, em Ap 2.13).
1. As almas daqueles que foram degolados.
Essas são as mesmas que João viu “debaixo do altar”, em Ap 6.9: (são os
mártires da Grande Tribulação), eles agora terão o direito de “viver”. Os
tempos dos verbos gregos usados nesta passagem reforçam o significado do
pensamento. O Dr. MacDowell nos fornece a seguinte sugestão: “Viveram (ezesam,
aoristo ingressivo) e reinaram com Cristo, etc.”. “...Os outros mortos não
reviveram (ezesam, aoristo ingressivo) até que os mil anos se acabaram”. Assim
a expressão: “...e viveram”quer dizer: “...e ressuscitaram” por Cristo.
5. “Mas os outros mortos não reviveram,
até que os mil anos se acabaram. Esta é a primeira ressurreição”.
I. “...Mas os outros mortos não reviveram”. Justino Mártir, que viveu em Éfeso cerca de 135 d. C.,
escreveu acerca do Apocalipse de João “E, além disso, um homem entre nós, de
nome João, um dos apóstolos de Cristo, profetizou em uma revelação que feita,
de que aqueles que confiassem em Cristo passariam mil anos em Jerusalém, e que
depois viria a ressurreição universal e eterna de todos, como também o juízo
final”. As Escrituras usam pelo menos três expressões sobre ressurreição:
1. RESSURREIÇÃO (“de”) MORTOS. Esta compreende
pela ordem: O filho da viúva de Sarepta (1Rs 17.21-22); O filho da Sumamita
(2Rs 4.34-35); O homem que tocou os ossos de Eliseu (2Rs 13.43-44); O filho da
viúva de Naim (Lc 7.11-17); A filha de Jairo (Lc 8.54-55); Lázaro de Betânia
(Jo 11.43-44); Tabita (At 9.40-41); Um jovem por nome Êutico (At 20.9-12).
2. A RESSURREIÇÃO (“dentre”) OS MORTOS. Esta
compreende “...cada um por sua ordem...” (1Co 15.23). Esta ordem de
ressurreição, cronologicamente é mais ou menos assim: (a) Cristo as primícias.
1Co 15.20, 23; (b) Os que ressuscitaram por ocasião da ressurreição do Senhor.
Mt 27.52-53; (c) Os que são de Cristo na sua vinda. 1Co 15.23 a 24; (d) As duas
testemunhas escatológicas Ap 11.11-12; (e) Os mártires da Grande Tribulação. Ap
20.4.
3. A RESSURREIÇÃO (“dos”) MORTOS. Esta é
geral e abrangente. Ela compreende todos os mortos que morreram em seus delitos
e pecados (cf. Dn 12.2; Jo 5.28-29).
6. “Bem-aventurado e santo aquele que tem
parte na primeira ressurreição: sobre estes não tem poder a segunda morte; mas
serão sacerdotes de Deus e de Cristo, e reinarão com ele mil anos”.
I. “...parte na primeira ressurreição”. A “Bem-aventurança” do presente versículo é aplicada à
“ressurreição dos santos”. O bem-estar espiritual, ou a felicidade dos mártires
advém da primeira ressurreição. Assim, receberam a “vida última”. O Novo
Testamento, em seu conceito geral, jamais encerra a “vida eterna” como tendo
lugar apenas nesta vida, mas ele declara que após a morte física, o ser humano
continuará vivendo na eternidade. Sobre os participantes da primeira
ressurreição, podemos inferir que finalmente eles têm sido perdoados e não
aparecem no último juízo (cf. Jo 5.24). Admite-se contudo, que a inferência
mencionada por último não seja tão estranha como parece ser para alguns
estudiosos da Bíblia, isto é, dos cristãos serem “sacerdotes”, e “reis” no
Milênio. Para nós, isso não estranho, pois isso sugere que há um ministério
para eles cumprirem na última dispensação: a milenial (cf. Ez capítulo 40-48).
7. “E, acabando-se os mil anos, Satanás
será solto da sua prisão”.
I. “...Satanás será solto”. Com a soltura deste terrível ser, a geração da nova, como
foi provado Adão, no jardim do Éden (Gn capítulo 3). Não seria mais necessário
o homem agora aderir a Satanás a despeito de tudo que Cristo já realizou por
sua pessoa, porém, aqui, fica demonstrada a natureza humana. “A humanidade já
foi provada sob todas as condições possíveis, e falhou em cada prova. Falhou
debaixo da lei, e ainda mais debaixo da graça, e agora, “na dispensação da
plenitude dos tempos” (o Milênio), quando o Senhor é conhecido em tudo o mundo
e reina a justiça em toda a terra, torna a falhar, não correspondendo à graça
de Deus, a ele oferecida...”. Esta dispensação, que pela ordem cronológica é a
sétima e a última. Não será um tempo de graça, mais de justiça divina para
todos; será o tempo em que “...os reinos do mundo” serão só de nosso Senhor e
do seu Cristo (11.15). Cumprir-se-á finalmente Daniel 7.13-14, suas palavras
são aplicáveis a esse tempo do fim.
8. “E sairá a enganar as nações que estão
sobre os quatro cantos da terra, Gogue e Magogue, cujo número é como a areia do
mar, para as ajuntar em batalha”.
I. “...Gogue e Magogue”. Ezequiel 38-39 fala de Gogue, Magogue, Mezeque e Tubal.
Geograficamente falando, “São regiões ocupadas pelos antigos citas e tártaros,
correspondendo aos modernos russos. Josefo diz que Magogue são os citas ou
tártaros, correspondendo aos modernos russos. Josefo diz que Magogue são os
tártaros que são os russos”. Mezeque converteu-se em Moskva (Moscou), como diz
em russo, e Tubal é o moderno nome de Tobolsk. Profeticamente falando, essa
nação do norte é inimiga de Israel. Em nossos dias, como é sabido, essa nação
vem orando a Deus, para que o mesmo impeça uma invasão de Gogue à Terra Santa.
1. “No dia 28 de novembro (1983), 25 judeus
ortodoxos foram a Hebrom, para interceder diante de Deus junto ao túmulo de
Abraão para que “a chegada de Gogue e Magogue ainda seja adiada”, pois alguns
deles tiveram um sonho: “Gogue e Magogue estariam prestes a vir”. Já o
rabino-chefe, diante do Muro das Lamentações considerou que “verdadeiros
cabalistas não deveriam orar pelo adiamento da vinda de Gogue e Magogue, mas
pelo seu rápido aparecimento, pois, assim, seria apressada a vinda do Messias”.
Porém, é evidente que a investida de Gogue e Magogue na passagem em foco, não
se refere àquela mencionada em Ez capítulo 38-39. Uma está distante da outra,
pelo menos, 1000 anos. Os nomes “Gogue e Magogue” em Ezequiel, se referem aos
poderes do norte, chefiados pela Rússia; após o Milênio, porém, os nomes “Gogue
e Magogue” são empregados metaforicamente para representar (“as nações que
estão sobre os quatro cantos da terra”).
9. “E subiram sobre a largura da terra, e
cercaram o arraial dos santos e a cidade amada; mas desceu fogo do céu, e os
devorou”.
I. “...desceu fogo do céu, e os devorou”. O comandante do norte na sua invasão a Terra Santa, não
chegou a cercar “...o arraial dos santos” (ISRAEL) nem “...a cidade amada”
(JERUSALÉM), mas foi derrotado por Deus nas montanhas da Judéia; e, ainda por
um ato de misericórdia divina teve um (“lugar de sepultura”) ao oriente do mar
Morto (Ez 39.11). Nesta secção porém, Gogue e Magogue aqui, representados,
serão tragados por fogo que “desceu do céu”, e os devorou. “No sentido mais
profundo, o Apocalipse é um livro de divindade. É um livro acercar de Deus; é
um livro sobre os atos de Deus. Por igual modo, a derrota das forças do mal é
um ato divino. Os habitantes da cidade amada descobrirão que Deus terá feito a
causa dele e a causa deles. Eles terão armas suficiente poderosas para aquela
batalha final. Mas Deus proverá seu fogo destruidor dos céus”.
10. “E o diabo que os enganava, foi
lançado no lago de fogo e enxofre, onde está a besta e o falso profeta; e de
dia e de noite serão atormentados para todo o sempre”.
I. “...o diabo, que os enganava”. Aqueda de Satanás nesta secção, aludi, profeticamente, à
queda de todos os poderes do mal, conforme se depreende na secção seguinte. Ele
tinha já passado mil anos no abismo, mais isso foi uma ação intermediária.
Agora, entretanto, ele sofrerá sua derrota final e irá para seu destino.
Finalmente a cabeça da serpente é ferida para sempre (Gn 3.15). A vitória
conseguida sobre o diabo no calvário agora recebe operação completa. Sua queda
será gradual. Ele será expulso dos ares para a terra e o mar no período da
Grande Tribulação (12.9 e ss). Será aprisionado por mil anos (20.2 e ss). E
então, no texto em foco, derrotado completamente pela ação poderosa e imediata
de Deus, mesclada de ira. Este capítulo do Apocalipse é a consolidação, no que
diz respeito a toda e qualquer revolta ou rebelião do ser humano ou de hostes
espirituais do mal. O bem triunfará, e o Cordeiro de Deus, tirará
definitivamente “...o pecado do mundo” (Jo 1.29), e só existirá no Universo a
semente do bem.
11. “E vi um grande trono branco, e o que
estava assentado sobre ele, de cuja presença fugiu a terra e o céu; e não se
achou lugar para eles”.
I. (“...UM GRANDE TRONO BRANCO”). Já tivemos ocasião de frisar em notas expositivas nos
capítulos 2.13 e 20.4 deste livro, a palavra “trono” ou “tronos”. Ela, no
grego, é (“thonos”). É usada no Novo Testamento com o sentido de “trono real”
(cf. Lc 1.32, 52), ou com o sentido de “tribunal judicial” (cf. Mt 19.28; Lc
22.30). Também há alusão aos “tronos” de elevados poderes angelicais, ou
governantes humanos (cf. Cl 1.16). O trono do presente texto, é grande! É de
vastíssimas dimensões enchendo o campo inteiro de nossa visão; expulsa da vista
todos os outros elementos. Ameaça; deixa a mente atônita. Trata-se de um
infinito julgamento, diante do qual está que é finito: o pobre humano, morto. O
trono é branco! Resplandece de pureza e de santidade, o que exije justiça!
Castigo! Julgamento! Purificação! Retribuição! Tudo isso descreve uma cena fora
da história humana! É o juízo Final!
12. “E vi os mortos, grandes e pequenos,
que estavam diante do trono, e abriram-se os livros; e abriu-se outro livro,
que é o da vida: e os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas
nos livros, segundo as suas obras”.
I. “...grandes e pequenos”. O Filho se assentará juntamente com o Pai, em seu trono,
para julgar. Mas o Pai é quem figura majestaticamente em todas as seguintes
referências: (At 17.31; Hb 1.3; Ap 4.2, 9; 5.1, 7, 13; 7.10; 19.4; 21.5), e por
meio de Jesus todos ali serão julgados (Jo 5.22). Duas classes de seres, ali
serão julgados: “...os grandes” (os anjos caídos). 2Pd 2.4; Jd v.6, e os
“...pequenos” (os homens em sentido geral). Sl 8.5; Hb 9.27. Todos ali
“...postos em pé” diante do trono. Fica assim subentendida no expressivo a
“segunda ressurreição”, isto é, dos incrédulos (20.5).
1. Os mortos foram julgados. Entre os muitos
julgamentos ou juízos mencionados na Bíblia, sete têm significação especial,
como é descrito por C. I. Scofield em seu SCOFIEL REFERENCE BIBLE:
(a) O julgamento dos pecados do crente na
cruz de Cristo. Jo 13.31. Ele foi aí justificado porque Cristo, havendo levado
os seus pecados sobre a cruz, foi feito por Deus justiça. 1Co 1.30:
(b) O crente julgando-se a si mesmo, para
não ser julgado com o mundo. 1Co 11.31:
(c) O julgamento das obras dos crentes
diante do Tribunal de Cristo, logo após o arrebatamento. Rm 14.10; 1Co 3.12;
2Co 5.10:
(d) O julgamento das nações vivas, na
“parousia” de Cristo com poder e grande glória. Mt 25.32 e ss:
(e) O julgamento de Israel, na volta de
Cristo. Ez 20.33 e ss; Mt 19.28, etc.
(f) O julgamento descrito por Paulo em 2Tm
4.1, que se dará “...na sua vinda e no seu reino”.
(g) O julgamento do “Grande Trono Branco”
aqui mencionado nesta secção (20.11-15)
13. “E deu o mar os mortos que nele
havia; e a morte e o inferno deram os mortos que neles havia; e foram julgados
cada um segundo as suas obras”.
I. “...deu o mar os mortos que nele havia”. Estes mortos saídos do mar, são aqueles que foram tragados
na hecatombe provocada quando “... desceu fogo do céu”. (v. 10); Eles não
passaram pela ação “intermediária” do Hades, visto que concomitantemente foi
estabelecido o juízo final. João observa que não necessário no julgamento um anjo
assistente “abrir” os livros. Eles se abriram movidos por uma força
sobrenatural emanada do supremo Juiz: observe-se a frase: “...e abriram-se os
livros...” (v.12). Podemos observar a exposição excepcional do versículo 15
desta secção, ela demonstra um julgamento individual, confirmando o versículo
13: “...e foram julgados (“cada um”) segundo as suas obras”. Deus julgará cada
um segundo as suas obras”. Deus julgará cada um segundo as suas obras, porque
no inferno há também grau elevado de sofrimento (Ez 32.21-23; Hb 10.29); após
uma acurada investigação do Justo Juiz, nas obras, feitos, motivos, memória e
consciência, confrontando tudo com o que está escrito em cada livro (Jo 12.48).
Ali agora só há uma sentença: “Apartai-vos de mim!”. Alguém se estremecerá, mas
ali não haverá margem para erro, para indecisão, equivoco ou modificação.
1. Existe uma pergunta no meio da
cristandade e até fora dela baseada nos versículos 11-15 que termos nesta
secção: (“como serão julgados aqueles que morreram sem ouvir o Evangelho?”).
Essa pergunta quando dentro da lógica da visualização do homem pode ultrapassar
qualquer possibilidade de entendimento da mente humana. Mas é evidente que,
Deus tem falando e vem falando ao homem de “muitas maneiras” (Hb 1.1). Paulo
diz que o Evangelho foi “pregado a toda criatura que há debaixo do céu” (Cl
1.23). Deus pode alcançar através de seus métodos a todos os homens; vejamos
alguns dos métodos de Deus:
(a) DEUS fala através do Universo: “Os céus
manifestam a glória de Deus e o firmamento (“anuncia”) a obra das suas mãos...
Sem linguagem, sem (“fala”), ouvem-se as suas vozes, em (“toda a extensão da
terra”), e as suas palavras até ao fim do mundo”. Sl 19.1-4:
(b) DEUS fala através da percepção:
“Porquanto o que de Deus se pode conhecer neles (nos homens) se manifesta,
porque Deus lho manifestou. Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação
do mundo, tanto o seu eterno poder... se entendem, e claramente se (“vêem”)
pelas coisas que estão criadas, para que eles (os homens) fiquem inescusáveis”.
Rm 1.19-20:
(c) DEUS fala através da consciência:
“Porque, quanto os gentios, que não têm lei, fazem naturalmente as coisas que
são da lei, não tendo eles lei, para si mesmos são lei. Os quais mostram a obra
da lei escrita em seus corações, testificando juntamente a sua consciência, e
os seus pensamentos, que acusando-os, quer defendendo-os; no dia em que Deus há
de julgar os segredos dos homens, por Jesus Cristo”. Rm 2.14-16:
(d) DEUS fala através da vida dos animais:
“Mas, pergunta agora às alimárias, e cada uma delas to ensinará; às aves dos
céus, e elas to farão saber; ou fala com a terra; e elas to ensinará até os
peixes do mar to contarão. Quem não entende por todas estas coisas que a mão do
Senhor fez isto?”. Jó 12.7-9:
(e) DEUS fala através dos meios geográficos:
“...Deus anuncia agora a (“todos os homens”), e em (“tudo o lugar”), que se
arrependam; Porquanto tem determinado um dia em que com justiça há de julgar o
mundo...”. At 17.30-31:
(f) DEUS fala através dos sonhos: “Antes
Deus fala uma e duas vezes, porém ninguém atenta para isso. Em sonho ou visão
de noite, quando cai sono profundo sobre os homens, e adormecem na cama. Então
(“abre os ouvidos dos homens”), e lhes sela a sua instrução. Para apartar o
homem do seu desígnio, e esconder do homem a soberba; Para desviar a sua alma
da cova, e a sua vida de passar pela espada”. Jó 33.14-18:
(g) DEUS fala através dos anjos: “E vi outro
anjo voar pelo meio do céu, e tinha o evangelho eterno, para o proclamar (“aos que
habitam sobre a terra”), e a toda a nação, e tribo, e língua, e povo”. Ap 14.6:
(h) DEUS fala através de seu Filho: “Havendo
Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos
profetas, a nós falou-nos nestes últimos dias pelo Filho”. Hb 1.1:
(i) DEUS fala através de sinais e milagres:
“Testificando também Deus com eles, por sinais, e milagres, e várias maravilhas
e dons do Espírito Santo...”. Hb 2.4a. Perguntamos agora: havendo Deus falado
tanto e de muitas maneiras, chegará alguém inocente diante do Grande Trono
Branco? (Êx 34.7). Segundo se depreende do significado do pensamento, aqueles
que não viveram de acordo com a (“FÉ”). Rm 4.5-6; Hb 10.38; serão ali julgados
de acordo com as (“OBRAS”). Jn 3.10. Deixemos o assunto com o Senhor – O Justo
Juiz (Dt 29.29; Rm 4.15).
14. “E a morte e o inferno foram lançados
no lago de fogo: esta é a segunda morte”.
I. “...foram lançados no lago de fogo”. Naturalmente, é provável que este versículo seja o
cumprimento real, daquilo que profetizou Is 25.8, e citado por Paulo em seu
argumento sobre a ressurreição, em 1Co 15.26, onde é descrito que o “...último
inimigo que há de ser aniquilado é a morte”. Isso significa um triunfo total de
Cristo e dos santos. A morte, como aliada do pecado, será destruída juntamente
com o pecado; o Hades não envolverá mais terrores, para os santos nos céus. Não
haverá mais temor da morte (Hb 2.15) ela não existirá (21.4). O ciclo temível
do juízo agora está completamente terminado. O Anticristo e seu consorte já
haviam sido lançados no lago de fogo (19.20). Satanás sofreu essa mesma sanção
(20.10). Agora a morte e o inferno, são ali lançados. E no versículo 15,
chegará a vez dos perdidos. É realmente a sorte dos ímpios, e todas as gentes
que se esquecem de Deus (Sl 9.17). Os anjos maus foram também ali lançados (Mt
25.41).
15. “E aquele que não foi achado escrito
no livro da vida foi lançado no lago de fogo”.
I. “...aquele que não foi achado escrito”. É evidente que os salvos, que comparecerão diante do trono
branco, cujos nomes “se encontram no livro da vida”, não é a Igreja (isso não
afasta a possibilidade de ela estar presente, mas não para ser julgada, e, sim,
tomar parte no julgamento), e sim, aqueles que foram fiéis a Deus durante o
Reino Milenial de Cristo. “Diante do Trono Branco estarão multidões
incalculáveis que, durante o Milênio, creram em Jesus e foram fieis, e
permaneceram até o fim. Quando Satanás, pela última vez, rebelou-se contra
Deus, esses não o acompanharam e, agora, estão diante do Trono Branco, sabendo
que seus nomes estão no Livro da Vida”.
1. O Lago de Fogo. É este o lugar onde o
bicho não morre e o fogo nunca se apaga. (Cf. Mc 9.46). “A palavra hebraica que
descreve este lugar, como no Antigo Testamento, é “Tofete” (Is 30.33; Jr
7.31-32). Mas a palavra grega é “Geena” (Mt 5.22, 29, 30; 10.26; 23.14, 15,
33). “Geena” refere-se literalmente ao “Vale do filho de Himom”, vale, este,
fora da cidade de Jerusalém que servia de Monturo da cidade e onde queimavam
seus filhos em sacrifícios a Moloque, o deus pagão. Jesus empregou o termo
“Geena” 11 vezes, sempre no sentido literal. Ali sempre havia fogo aceso,
servindo desta maneira para figurar o Lago de Fogo que arde eternamente. A
palavra encontra-se em Mt 5.22, 29, 30; 23.15, 33; Mc 9.43, 45, 47; Lc 12.5; Tg
3.6. Em cada caso, com exceção do último, a palavra sai dos lábios do Senhor
Jesus em solene aviso das conseqüências do pecado. Ele descreve como o lugar
onde o seu bicho não morre, e o fogo nunca se apaga. A expressão é idêntica à
que temos aqui: “o lago de fogo”.
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