Jó 1:5
Introdução
Jonathan Edwards foi um pastor puritano usado no primeiro grande despertamento. Pregou o sermão que ficou mundialmente conhecido como "Pecadores nas mãos de um Deus irado". Como pregador foi insulperável e como pastor, tornou-se um ícone para as futuras gerações. Os historiadores modernos dizem que Edwards tinha luz na mente e fogo no coração, conjugava unção e sabedoria.
Contudo, em nenhuma área Edwards foi mais bem sucedido do que em seu papel como pai. Edwards e sua esposa Sarah tiveram onze filhos. Apesar de um horário de trabalho rigoroso que incluía acordar às 4:30 da manhã ler e escrever em sua biblioteca, viagens extensas, e reuniões administrativas infinitas, ele fazia questão de dedicar muito de seu tempo aos seus filhos.
Apesar de sua vida agitada, Edwards se comprometeu a passar pelo menos uma hora por dia com eles, principalmente lhes ensinando princípios cristãos. E se ele perdesse um dia porque estava viajando, acumularia essas horas e as passaria com os filhos quando voltasse.
Recentemente, o estudante Benjamim B. Warfield de Princeton encontrou, depois de muitas pesquisas, 1.394 descendentes conhecidos de Edwards. E nessa pesquisa podemos constatar o maravilhoso legado que Edwards deixou aos seus descendentes através de sua vida cristã. Dos 1.394 descendentes de Edwards:
- · 3 se tornaram presidentes de universidades,
- · 3 senadores dos Estados Unidos
- · 30 juizes
- · 100 advogados
- · 60 médicos
- · 65 professores de universidades
- · 75 oficiais de exército e marinha
- · 100 pregadores e missionários
- · 60 escritores de destaque
- · 1 vice-presidente dos Estados Unidos
- · 80 altos funcionários públicos,
- · 250 formados em universidades, entre eles governadores de Estados e diplomatas enviados a outros países.
Os descendentes de Jonathan Edwards não custaram ao Estado um dólar.
Por outro lado, Benjamim B. Warfield também pesquisou a vida de Max Jukes, um famoso ateu, contemporâneo a Edwards, o qual freqüentemente atacava os discursos, a ideologia e as pregações de Edwards. Max Jukes, o ateu, viveu uma vida ímpia, casou-se com uma jovem ímpia, e também deixou um legado para seus descendentes, da descendência dessa união entre Jukes e sua esposa, pesquisada por Benjamim, constatou-se que de todos seus descendentes encontrados:
- · 310 morreram como indigentes.
- · 150 foram criminosos, sendo 78 assassinos
- · 100 eram alcoólatras
- · Mais da metade das mulheres, prostitutas
- · Os 540 descendentes de Jukes custaram ao Estado 1.250.000 dólares.
A história de Jonathan Edwards é um exemplo do que alguns sociólogos chamam a "regra das cinco gerações." Como um pai cria seus filhos e o amor que eles dão, os valores que ensinam, o ambiente emocional que oferecem, a educação que provêem, não só influencia seus filhos, mas as quatro gerações seguintes. Em outras palavras, o que os pais fazem pelos seus filhos permanecerá pelas próximas cinco gerações.
Mas a teoria das cinco gerações trabalha de ambos os modos. Se não nos esforçarmos para sermos bons pais e transmitirmos princípios cristãos, nossa negligência pode infestar gerações. Considere o caso de Max Jukes. Max Jukes teve problemas com a bebida, que o impediu de manter um trabalho fixo. Também o impediu de demonstrar muita preocupação pela esposa e os filhos.
As histórias de Jonathan Edwards e Max Jukes oferecem lições poderosas sobre o legado que nós deixaremos como pais. Daqui a cinco gerações é bem provável que as nossas realizações profissionais serão esquecidas. Na realidade, nossos descendentes podem pouco saber sobre nós ou nossas vidas. Mas o modo como somos pais hoje e princípios que transmitimos afetarão diretamente não só nossos filhos, mas também nossos netos, bisnetos e as gerações que se seguem.
Como dizia Edwards: Deus fez todas as coisas com um propósito, e Deus também tem um propósito para todos nós, Nenhum homem vive em vão, todos nós deixaremos um legado. Qual será o seu?
Hoje é dia dos pais. “A paternidade é a vocação mais sublime que um homem pode exercer” (Rev. Hernandes Dias Lopes). A relação pai e filho é algo tão forte nas Escrituras que o último versículo do Antigo Testamento fala que uma das funções básicas do Messias seria “converter o coração dos pais aos filhos e o coração dos filhos aos pais” (Ml 4:6). É triste verificar que grandes homens de Deus foram brilhantes em diversas áreas da vida mas fracassaram como pais. Davi era um homem segundo o coração de Deus, mas um péssimo pai. Eli era um excelente sacerdote, mas não tinha autoridade dentro de sua casa. Samuel era um grande profeta, mas negligente como líder espiritual do seu lar. “Se o nosso cristianismo não é capaz de mudar o nosso relacionamento familiar, ele está falido” (Rev. Hernandes Dias Lopes).
Jó é um dos poucos personagens bíblicos que consegue conciliar espiritualidade com vida familiar. Ele tornou-se um exemplo de perseverança e firmeza, mas em momento algum negligenciou sua função como pai. O livro de Jó fascinou tanto o reformador João Calvino que 159 de seus 700 sermões escritos foram baseados nele[1] . É exatamente nesse livro que encontramos uma das histórias familiares mais dramáticas já vividas na história da humanidade. Jó era um homem extremamente rico, portador de uma reputação invejável. Sua família vivia os mais altos padrões da sua época. Em outras palavras, podemos afirmar que Jó tinha condições de dar aos seus filhos tudo o que o dinheiro poderia comprar.
Por isso, gostaria de convidá-lo a considerar, à luz do texto sagrada de Jó 1:5, quais são As qualidades de um pai aprovado por Deus.
Jó era um pai exemplar. Diz a Bíblia que “Decorrido o turno de dias de seus banquetes, chamava Jó a seus filhos e os santificava; levantava-se de madrugada e oferecia holocaustos segundo o número de todos eles, pois dizia: Talvez tenham pecado os meus filhos e blasfemado contra Deus em seu coração. Assim fazia Jó continuamente” (Jó 1:5, grifos meu). Algumas considerações devem ser feitas.
1 – Um pai preocupado com a vida espiritual de seus filhos
Primeiramente, o texto registra que Jó “chamava seus filhos e os santificava”. Perceba a diferença que faz a liderança espiritual do pai dentro de casa. Isso é um pai de verdade, no sentido estrito da palavra. Jó estava preocupado não apenas com educação de seus filhos; não apenas com a provisão de seus filhos; mas, sobretudo, profundamente preocupado com a vida espiritual de seus filhos. Antes de preocupar-se com a escola do seu filho, que faculdade ele vai fazer, em que área ele vai trabalhar, preocupe-se em ter um filho santo. Faça como Jó: CHAME O SEU FILHO e o SANTIFIQUE. Coloque suas mãos sobre a cabeça dele e consagre-o ao SENHOR.
2 – Um pai intercessor
Em segundo lugar, diz o texto que Jó “levantava-se de madrugada” com o propósito de colocar os seus filhos diante do altar. Eis aqui a figura de um pai intercessor. Qual foi a última vez que você orou por seus filhos de madrugada? Jó, além de ter um momento de oração com os filhos, tinha também um momento secreto onde ele, sozinho, apresentava seus filhos a Deus. O texto ainda registra que “oferecia holocaustos segundo o número de todos eles”, ou seja, não havia um filho sequer que Jó deixasse de orar. Não havia predileções. Jó não ponderava se este filho dava mais trabalho do que aquele ou se aquele outro era mais bonzinho e obediente que o primeiro. Definitivamente, não havia este espírito no coração de Jó. Diz o texto que ele apresentava seus filhos individualmente a Deus.
Sempre haverá esperança para família onde houver uma mãe que ora. Sempre haverá esperança para a família onde houver um pai comprometido em interceder por seus filhos. Antes de falar de Deus para nossos filhos, precisamos falar de nossos filhos para Deus.
3 – Um pai perseverante
Em terceiro lugar, podemos destacar a regularidade com que Jó fazia isso. A palavra empregada pelo autor sacro é “continuamente”, dando a idéia de uma prática freqüente e ininterrupta. Jó sempre apresentava seus filhos diante do altar do Senhor. Não desista nunca de orar para o seu filho. Se ele está no mundo ore por ele; se ele já é um servo do SENHOR, continue orando por ele. Ore sempre. Os seus filhos devem ser o primeiro item da sua lista de oração.
Nem sempre é o pai rico que deixa a maior herança. O legado da fé é a maior herança que um pai pode deixar aos seus descendentes.
[1] YANCEY, Philip. A Bíblia que Jesus lia. São Paulo: Vida, 2000, p. 47.
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