Sim, Marina Silva me enche de preguiça, vamos dizer, intelectual, mas é preciso superá-la para não deixar sem pingos alguns is… A ex-ministra é a inspiradora e principal mentora de um movimento – sim, ela criou um (há muito pretende ser uma espécie de Lula que viu o periquito verde…) – chamado “Nova Política”. Essa turma decidiu agora se transformar num partido para lança-la à Presidência da República.
Digam-me cá: pode haver algo mais velho do que criar uma legenda com o propósito específico de lançar uma candidatura? Tenham paciência! Os representantes da “Nova Política” se declaram suprapartidários. Ah… Entendi: Marina lançará o primeiro partido suprapartidário da história. Que danada! Nunca antes na história do mundo!
Digam-me cá: pode haver algo mais velho do que criar uma legenda com o propósito específico de lançar uma candidatura? Tenham paciência! Os representantes da “Nova Política” se declaram suprapartidários. Ah… Entendi: Marina lançará o primeiro partido suprapartidário da história. Que danada! Nunca antes na história do mundo!
A líder teve outra ideia realmente do balocobaco. Reservar 50% das vagas do partido para as pessoas com “militância autoral”. Essa expressão é uma das “marinices”. Se Lula tem sempre uma solução simples e errada para problemas difíceis, Marina faz o contrário: tem sempre uma solução difícil e errada para problemas simples.
Já há um partidos em que a militância é absolutamente autoral: o PMDB (PSD é um PMDB do B….). Não raro, cada um de seus parlamentares faz o que dá na telha. Convenham: uma legenda que consegue ter Jarbas Vasconcelos em Pernambuco e José Sarney no Amapá (e, claro!, no Maranhão) é mais “autoral” do que “Marimbondos de Fogo”…
Aprendi que Marina acena com outra grande novidade: acolher parlamentares de todos os partidos e correntes. Uau! Parece que só numa coisa ninguém pode ser “autoral”: na defesa da candidatura da ex-senadora à Presidência.
A ex-ministra do Meio Ambiente do governo Lula também estaria dizendo a interlocutores que pretende criar um partido diferente. Leio no Estadão: “Já está certo que a nova sigla não vai aceitar doações de pessoas jurídicas – serão aceitas apenas as oferecidas por pessoas físicas.”
Trata-se, como se vê, de uma nova “cosmética”, área de que Marina anda bem próxima… Eu tenho uma pergunta a fazer a esta grande líder da “nova política”: por que a doação de uma empresa, se feita às claras, é menos honesta do que a de pessoa física?” O que ela considera mais transparente? Uma empresa registrar na Justiça Eleitoral a sua doação ou um financiador privado – um bilionário, por exemplo — se tornar uma espécie de Mecenas ideológico? “Ah, Reinaldo, uma empresa sempre vai doar dinheiro para campanha pensando nos seus interesses…” É mesmo? E o financiador privado? Estará apenas ocupado do bem, do belo e do justo?
Eis o “museu de grandes novidades” de Marina Silva. Na prática, ela manda um recado: “Políticos são os outros; eu só quero o bem da humanidade”. Que bom!
Por Reinaldo Azevedo
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