Cada um dos 16 jogos da Copa das Confederações custará em média R$ 15,8 milhões aos cofres públicos nacionais. Esse número foi obtido em levantamento do UOL Esporte que levou em conta despesas apenas para a competição, sem incluir gastos com construção de estádios ou infraestrutura que serão usados na Copa-2014. E o total, na verdade, é maior: não é possível contabilizar custos com operações de segurança e trânsito para partidas ou com a aceleração de obras das arenas para concluí-las para a competição.
A Copa das Confederações é uma competição teste para o Mundial que tem efeito quase nulo sobre o turismo interno e externo. Ou seja, as despesas específicas com o torneio não terão praticamente nenhum retorno de dinheiro estrangeiro revertido em impostos ou impacto na economia, como acontece no Mundial.
O UOL Esporte contabilizou despesas com instalações provisórias, implantação de infraestrutura de telefonia, internet e transmissão de tv, além do sorteio dos grupos realizado em São Paulo. O total de gastos com esses itens é de R$ 252,529 milhões. As estruturas provisórias - salas para imprensa, para televisões, tendas de patrocinadores da Fifa, etc - representam a maior fatia desse valor.
A tarefa de pagar pelas instalações provisórias é dos governos estaduais. E os Estados tiveram de fazer uma ginástica para negociar com a Fifa a redução dos pedidos e, por consequência, do preço final. Os primeiros orçamentos feitos com todas as demandas da entidade eram acima de R$ 100 milhões. No final do ano passado, a estimativa tinha caído para um valor médio em torno de R$ 30 milhões.
Essa previsão do final de 2012 se confirmou nos números informados pelas seis cidades-sedes à reportagem. Quem deve gastar mais é Minas Gerais com um valor máximo de R$ 46 milhões, já que Belo Horizonte receberá o centro de broadcast da competição. Esse montante ainda pode sofrer redução, segundo o Estado, porque itens podem ser retirados durante a execução.
"Conforme previsto no contrato de concessão do Mineirão, a responsabilidade por executar as estruturas foi repassada ao operador do estádio", informou a assessoria da Secretaria de Copa de Minas Gerais, que confirmou que o primeiro orçamento atingia até R$ 115 milhões.
Um processo parecido ocorreu na Bahia. "Fomos fazendo ajustes com o tempo. Tiramos coisas que considerávamos supérfluas e também procuramos equipamentos similares nacionais, sem perda de qualidade. Isso porque a Fifa listava uma maioria de itens só existentes fora", explicou Marcos Andrade, coordenador para a Copa na Bahia. A conta baiana ficará em R$ 31 milhões, menos de um terço da previsão inicial.
Serão 30 mil metros quadrados de instalações em volta da Arena Fonte Nova. Ainda há outras despesas que não foram possível contabilizar como dois lugares de exibição pública, tipo "Fan Fest", para os jogos em Salvador e o pessoal do governo do Estado envolvido na operação do estádio.
As cidades-sede terão de fazer outra contratação de instalações provisórias para a Copa do Mundo, com um porte bem maior do que o realizado para a Copa das Confederações. Algumas das cidades falam em tentar aproveitar uma parte do que foi obtido agora, mas isso não é um consenso.
"Sim, estas estruturas ficarão ao redor do Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha durante a Copa das Confederações, em junho de 2013, e na Copa do Mundo, em 2014", afirmou o governo do Distrito Federal, que teve custo de R$ 34 milhões para este ano. "Não (servem para a Copa). As instalações são temporárias para o período da Copa das Confederações", observou o governo do Rio, que gastará R$ 33,7 milhões agora.
Um consenso é que, assim como os estádios, a estruturas provisórias ficarão prontas em cima da hora para os jogos da competição. Até a sexta-feira passada, só o Distrito Federal afirmava que todos os serviços e equipamentos já tinham sido entregues. Todos os outros têm previsões de concluir esses equipamentos entre esta segunda-feira e o dia 16 de junho, quando a competição já terá sua abertura. "Vai ficar pronto para o evento", afirmou Ferrucio Feitosa, secretário de Copa para o Ceará, que gastará R$ 33,8 milhões com as instalações.
O governo federal também teve que ajudar com um total de R$ 31 milhões para estruturas de transmissão de televisão, mais R$ 1,7 milhão com internet e telefonia. Também sobrou despesa até para quem está fora da Copa das Confederações. A prefeitura de São Paulo disponibilizou R$ 6,4 milhões para organizar o sorteio da competição.
Essa conta não inclui a parte da Fifa na organização da competição. Na última competição, em 2009 na África do Sul, a entidade teve um custo de US$ 44 milhões. Mas, na África como na América do Sul, a associação tem lucros com direitos de transmissão, patrocinadores e venda de ingressos. E o governo, em 2013, nem com dinheiro dos turistas poderá contar para aliviar a conta.
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