Scott Lively - A Bíblia instrui que “Como um homem pensa no seu coração, assim é ele” (Provérbios 23:7). E avisa “E não vos amoldeis ao sistema deste mundo, mas sede transformados pela renovação das vossas mentes” (Romanos 12:2 KJA). Assim não existe tal coisa como um “cristão ladrão,” um “cristão adúltero,” ou um “cristão beberrão.”
Há só cristãos cuja natureza terrena pende para esses e outros pecados da carne. A definição de quem somos não vem dos pecados que nos tentam. Não existe tal coisa como “cristão gay.” Essa noção é antibíblica.
Há só cristãos cuja natureza terrena pende para esses e outros pecados da carne. A definição de quem somos não vem dos pecados que nos tentam. Não existe tal coisa como “cristão gay.” Essa noção é antibíblica.
O conceito de “cristãos gays” tem origem na teoria da orientação sexual, uma invenção ideológica do movimento homossexual com o objetivo de avançar a ideia de que a homossexualidade é “imutável,” o que significa que não dá para mudar. Esse conceito foi adotado como uma estratégia legal e política do movimento homossexual dos EUA na década de 1980 para tentar fazer a homossexualidade parecer satisfazer aos requisitos das leis de direitos civis. As decisões do Supremo Tribunal dos EUA naquela época exigiam que os membros de um grupo tivessem “características imutáveis” para se qualificarem para a condição de minoria sob as leis de direitos civis.
Graças ao juiz homossexualista Anthony Kennedy, que escreveu quatro das últimas cinco opiniões relativas à homossexualidade, os “gays” não mais precisam provar isso. Mas a teoria de orientação sexual acabou se tornando uma “bênção” para a agenda gay de inúmeras maneiras, de modo que continua a ser defendida. De forma mais precisa, essa teoria serve como uma suposição não declarada que não foi contestada. Essa suposição está na base de todos os argumentos “gays.”
Até recentemente, a igreja não havia adotado a teoria da orientação sexual, mas sempre distinguia a conduta da identidade pessoal. “Ame o pecador, odeie o pecado,” é o resumo mais reconhecível dessa ideia. Mas na década passada, um número crescente de ex-pastores e igrejas, que no passado estavam centrados na Bíblia, vêm mudando sua teologia para se adaptar às pressuposições da orientação sexual: a “identidade gay” vem desde o nascimento, “ser gay” equivale a ser negro, “ser gay” é o jeito que Deus criou algumas pessoas para ser, etc. Os membros do tão chamado Movimento da Igreja Emergente são os principais culpados dessa tendência, mas está se espalhando rápido.
Nesta semana, o Papa Francisco parece ter, pelo menos em parte, sutilmente adotado a teoria da orientação sexual em seus comentários sobre a homossexualidade na Igreja Católica. Ele disse:
“Penso que quando encontramos uma pessoa gay, temos de fazer a diferença entre o fato de uma pessoa ser gay e o fato de um lobby, pois os lobbies não são bons. Eles são maus. Se uma pessoa é gay e busca o Senhor e tem boa vontade, quem sou eu para julgar essa pessoa? O Catecismo da Igreja Católica explica esse ponto de forma bela, mas diz, espere um momento, como diz? Diz que essas pessoas nunca devem ser marginalizadas e que ‘devem ser integradas na sociedade.’”
Fica claro que o Papa Francisco NÃO está apoiando a conduta homossexual como muitos na mídia esquerdista afirmaram de modo desonesto. Ele defende o Catecismo Católico, que é explícito nesse ponto.
Minha preocupação é com o uso que ele fez das frases “uma pessoa gay” e “o fato dessa pessoa ser gay.” Dizer “uma pessoa gay,” em vez de “uma pessoa que luta contra a tentação homossexual,” ou “uma pessoa que se define como homossexual” é de cara uma grande concessão à teoria da orientação sexual quando é usada por um líder de igreja ao se referir aos cristãos.
Além disso, no contexto da sentença, indica uma suavização da política da igreja de que aqueles que têm uma profunda identidade homossexual, ainda que celibatários, são indignos do sacerdócio. O documento de 2005 “Instruções sobre os Critérios para o Discernimento da Vocação com relação a Pessoas com Tendências Homossexuais em vista de seu Ingresso no Seminário e nas Ordens Santas” proíbe “aqueles que praticam a homossexualidade, apresentam tendências homossexuais profundas ou apoiam a tão chamada ‘cultura gay.’”
O que é a “cultura gay” se não a associação de pessoas com base numa auto-identificação em comum como “gays”? O Papa Francisco, intencionalmente ou não, reconheceu a cultura “gay” com sua terminologia, ainda que lamentando (e implicitamente confirmando a existência de) um “lobby gay” dentro do Vaticano.
Se o papa admitiu que a homossexualidade é uma base aceitável para a auto-identificação, isso indica que ele está disposto a integrar no sacerdócio pessoas que se definem por seu pecado, em vez de como pecadores lavados e transformados pelo sangue de Cristo. Quando a identificação com o pecado é uma base do tempo presente para a sua identidade, você permanece, sem arrependimento, numa vida que não foi não lavada e transformada. Isso é muito perigoso para os próprios padres, e virtualmente garante que na comunidade da igreja o “lobby gay” continuará.
De toda a cobertura da mídia secular sobre esse caso, penso que o Wall Street Journal foi o mais preciso. Disse num artigo com o título talvez exagerado “Papa Sinaliza Abertura para Padres Gays” que “o Papa Francisco reafirmou o ensino da igreja ao se referir aos atos homossexuais como pecado. Mas ele utilizou sua formidável posição de visibilidade para mudar o tom de como a igreja vê a orientação homossexual em suas mais elevadas fileiras.” Aliás, o problema é ver uma “orientação.”
A reportagem também citou o cardeal Dolan de Nova Iorque que disse: “Minha preocupação é que estamos apoiando o vocabulário de que a pessoa é sua identidade sexual, e eu não concordo com isso e a igreja também não concorda.” Dolan obviamente compreende o que o Papa Francisco aparentemente não entende. A frase de Dolan “…e a igreja também não concorda” me parece uma tentativa de redução de danos por parte de um homem que reconhece os perigos da ideologia da orientação sexual se infiltrando na igreja.
É possível que o Papa Francisco não tivesse a intenção de transmitir o que sua terminologia insinuou. Compreendo melhor do que a maioria como nossos comentários espontâneos às vezes indicam coisas que realmente não temos a intenção de dizer. Mas no total contexto de suas declarações naquele dia, e no contexto ainda maior de sua natureza e estilo tolerantes e compassivos que são tão admiráveis no geral, temo que ele possa ter caído (como um número crescente de líderes evangélicos) na armadilha do sofisma sutil da teoria da orientação sexual.
Espero que eu esteja errado. Serei o primeiro a aplaudir se o Papa Francisco mostrar claramente que não reconhece a homossexualidade como uma base legítima para auto-identificação. Nesta altura, porém, a evidência aponta para o outro lado.
Traduzido por Julio Severo do artigo do WND: Where the pope gave ground on “gays”
Fonte: www.juliosevero.com
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