A imaginação do coração do homem é má desde a sua meninice. (Gn 8.21) - Se você tem a pretensão de começar uma polêmica, comece com o assunto criação de filhos. Cada casal entende a criação de filhos de forma única, e as diferenças entre opiniões tende a ser aumentada de acordo com a cultura em que os pais foram criados. Tratar de filhos rebeldes, então, torna-se mais controverso.
Quando o assunto é rebeldia de filhos de pais cristãos, se pensarmos de forma honesta, veremos que ser pais fiéis ao Senhor não garante necessariamente que nossos filhos seguirão os nossos caminhos e não serão rebeldes. Por mais que utilizemos princípios bíblicos na criação de nossos filhos, devemos nos lembrar de que eles fazem suas próprias escolhas, e de que são responsáveis por elas.
Não é exagero dizer que não são poucos os encarcerados do sistema prisional que tiveram uma origem cristã, indo até mesmo à Escola Dominical, mas que em algum momento de suas vidas decidiram fazer pouco caso da criação que tiveram e esqueceram-se de Deus, praticando crimes puníveis com a perda da liberdade, ainda que de forma temporária. Essa é a realidade em muitas famílias de nossas igrejas.
Mas o contrário é igualmente verdadeiro. Há muitíssimos casos de filhos que seguiram o exemplo dos pais, trilhando o caminho da fé em Jesus, tendo eles mesmos suas próprias experiências com Deus e fazendo do Deus de seus pais seu próprio Deus.
Muitos são os fatores que podem levar nossos filhos a agirem com rebeldia contra Deus e contra os pais. Ausência emocional (>u física dos pais, uma doença, exagero nas expectativas em torno deles, cobranças excessivas e até mesmo uma apresentação irreal do evangelho e da fé cristã nos lares. Mas antes de tratar da rebeldia propriamente da e de suas consequências, precisamos entender que, como pais, nem sempre enxergamos nossos filhos como eles realmente são vistos por Deus no tocante à rebeldia. Elyse Fitzpatrick e Jim Newheiser, conselheiros cristãos, comentam:
Presumimos que nossos filhos são bons porque eles não estão passando por períodos turbulentos e estão razoavelmente turbulentos e estão razoavelmente satisfeitos consigo mesmos. Mas tal avaliação baseia-se em comportamento exterior, e não no coração. Precisamos ter muito cuidado com esse tipo de pensamento: 'Meu filho pode ter cometido muitos erros, mas no fundo ele é um bom menino'. Por mais que queiramos acreditar nisso, precisamos nos conscientizar de que, no final das contas, a questão 'bondade' não tem nada que ver com o que percebemos ou pensamos, mas sim se nosso filho recebeu Jesus verdadeiramente, como Salvador. A Bíblia ensina que as crianças não são boas por natureza; elas não são um 'quadro em branco' no qual podemos escrever nossos valores. Elas não são inocentes, nem estão predispostas a ser geneticamente boas. Na realidade, a Bíblia ensina que elas estão predispostas para ser geneticamente más, porque toda criança nasce com o pecado original e uma natureza rebelde. Este é o quadro que a Bíblia pinta de nossos filhos (e de nós!): A imaginação do coração do homem é má desde a sua meninice. (Gn 8.21)
Eis que em iniquidade fui formado, e em pecado me concebeu minha mãe. (SI 5.5)
[...] O medo das consequências não impedirá os filhos de fazer escolhas pecaminosas quando pensarem que as consequências podem ser evitadas. À medida que forem crescendo, a verdadeira natureza dos filhos emergirá. Até que deus lhes renove o coração, toda criança está morta em pecado e não pode agradar a Deus. (Quando Filhos Bons Fazem Escolhas Ruins, p. 30, 31)
As linhas acima podem nos parecer duras inicialmente, mas são verdadeiras.
A Palavra de Deus nos adverte que demonstremos amor aos nossos filhos, de forma sábia e equilibrada. Como pais, nossa responsabilidade é educá-los no temor do Senhor. Mas a Palavra de Deus também atribui responsabilidade pessoal aos nossos filhos, por decisões que eles mesmos tomam. "A alma que pecar, essa morrerá; o filho não levará a maldade do pai, nem o pai levará a maldade do filho; a justiça do justo ficará sobre ele, e a injustiça do ímpio cairá sobre ele" (Ez 18.20).
Partindo do princípio de que cada pessoa, diante de Deus, é responsável por si mesma no que diz respeito a tomar decisões e por elas ser responsável, tratarei de dois exemplos bíblicos que apresentam casos de rebeldia de filhos na Palavra de Deus. Acredito que já exista farta literatura que trate sobre educação de filhos. Minha ótica, neste capítulo, é abordar pelo menos dois exemplos de pais e filhos que experimentaram a rebeldia de seus filhos, analisando seus motivos e consequências. De forma sintética, discutiremos dois exemplos: Davi e Absalão, e Eli, Hofni e Finéias.
Antes de começar, quero que você observe que a Bíblia não fala — nessas narrativas — da presença materna ingerindo de alguma forma. Nesses dois exemplos são apresentados apenas relação dos pais e seus filhos. Penso que a responsabilidade do pai é primordial na criação dos filhos, e também na rebeldia deles.
Os filhos de Eli
Quando se trata lidar com a rebeldia de nossos filhos, a Bíblia apresenta histórias reais de pais que, de alguma forma, deixaram de exercer seu papel de ensinador e disciplinador. Um desses pais foi Eli, o sumo-sacerdote de Israel por ocasião da chamada de Samuel.
Na época de Eli, cada um fazia o que era reto aos seus próprios olhos, e parece que esse tipo de influência acabou entrando na família do sacerdote. Há quem acredite que os filhos de Eli eram pessoas ruins porque seu pai era velho e tinha dificuldades de enxergai: Essa teoria é aceitável se pensarmos que Eli começou a corrigir seus filhos depois de serem homens já crescidos. Nessa fase da vida, o que tinha de ser ensinado já o foi (ou não). Eli deveria ter corrigido seus filhos ainda crianças.
Concordo com Charles Swindoll quando comenta da chamada de Samuel. A descrição que fazemos para nossas crianças sobre a chamada de Samuel é realmente linda. A história que contamos começa com a estada de Samuel no santuário do Senhor e segue até que Samuel ouça a voz de Deus, e a confunda com a voz de Eli e seja ensinado a responder ao Senhor de forma correta. O "Fala Senhor porque o teu servo ouve" é de grande inspiração também para os adultos. Mas, geralmente, paramos nesta parte da narrativa, pois o que Deus falou a Samuel é uma séria e dura advertência aos pais em relação as pecados de seus filhos.
Subia, pois, este homem da sua cidade de ano em ano a adorar e a sacrificar ao SENHOR dos Exércitos, em Siló; e estavam ali os sacerdotes em Siló; e estavam ali os sacerdotes do SENHOR, Hofni e Finéias, os dois filhos de Eli. (1 Sm 1.3)
Na primeira vez em que esses dois irmãos são citados, são chamados sacerdotes do Senhor. Eles pertenciam à linhagem sacerdotal. Espera-se que a narrativa, quando os for citar novamente, demonstre quão grandes exemplos eles deveriam transmitir. Essa é a visão mais acertada que a imagem sacerdotal deve transmitir.
Eram, porém, os filhos de Eli filhos de Belial. (1 Sm 2.12a)
Aparência não é tudo. As Escrituras falam da natureza daqueles dois moços de forma extremamente negativa. Filho de Belial não é um adjetivo digno de um sacerdote. Em uma família pode haver um filho que se comporte mal, e outro que se comporte bem. Filhos tendem a ser diferentes uns dos outros. Mas no caso de Eli, seus dois filhos eram maus. O Dicionário Wycliffe designa o termo Belial da seguinte forma: "O significado literal da palavra hebraica beliyaal no Antigo Testamento é traduzido como 'inútil, sem valor'. Ela é geralmente empregada como um descritivo de uma pessoa". Esse descritivo designava uma pessoa desprezível, inútil ou sem valor. Portanto, essa palavra está associada ao mal, e em última instância, pode ser dito que eles eram filhos de Satanás.
"e não conheciam o Senhor" (1 Sm 2.12b)
Após apresentar os nomes dos filhos de Eli, as Escrituras tratam de mostrar a relação que esses dois homens tinham com Deus e o ministério. Na verdade, não tinham relação alguma. Eles participavam do culto, auxiliavam nos sacrifícios e vestiam a indumentária que os identificava como sendo da linhagem sacerdotal, mas não tinham envolvimento algum com Deus e o chamado que lhes fora outorgado. Não conhecer ao Senhor implica ausência de relacionamento e respeito com as coisas de Deus.
Também, antes de queimarem a gordura, vinha o moço do sacerdote e dizia ao homem que sacrificava: Dá essa carne para assar ao sacerdote, porque não tomará de ti carne cozida, senão crua. (1 Sm 2.15)
Hofni e Finéias não apenas desconheciam ao Senhor. Com seu mau exemplo, eles motivaram outras pessoas a desprezarem a oferta do Senhor. O exemplo fala mais alto que nossas palavras. Aqueles moços eram influentes por causa de sua posição, mas essa influência era negativa, pois em vez de conduzirem as pessoas à comunhão com Deus por meio dos sacrifícios, davam ordens para que a comida reservada ao sacrifício fosse roubada. O próprio pai disse que eles faziam com que o povo do Senhor transgredisse (v. 24). Isso era particularmente perverso, pois Deus ordenara que houvesse mantimento para os sacerdotes, mas não antes de a oferta ser apresentada ao Senhor. Aqueles moços receberiam sua parte da comida depois, mas seu desrespeito por Deus impedia que esperassem o momento adequado de ser beneficiados. Com isso, faziam desviar o povo de Deus, pois se um sacerdote pode quebrar os mandamentos do Senhor, porque outras pessoas não o fariam também?
Era, porém, Eli já muito velho e ouvia tudo quanto seus filhos faziam a todo o Israel e de como se deitavam com as mulheres que em bandos se ajuntavam à porta da tenda da congregação. (1 Sm 2.22)
Como se fosse pouco pegar a carne antes de ser apresentada ao Senhor, Hofni e Finéias adulteravam com mulheres que se juntavam na porta do Tabernáculo. Os sacerdotes eram homens casados, mas sua devassidão não poupava nem as mulheres que iam ao Tabernáculo, o que agravava mais ainda sua imoralidade. Obreiros que se aproveitam da fragilidade feminina para obter favores sexuais incorrem no mesmo erro dos filhos de Eli.
E disse-lhes: Por que fazeis tais coisas? Porque ouço de todo este povo os vossos malefícios. Não, filhos meus, porque não é boa fama esta que ouço; fazeis transgredir o povo do SENHOR. (1 Sm 2.23,24)
Aqueles moços fizeram pouco caso da correção de seu pai. E provável que estivessem acostumados a essa postura.
Por que dais coices contra o sacrifício e contra a minha oferta de manjares, que ordenei na minha morada, e honras a teus filhos mais do que a mim, para vos engordardes do principal de todas as ofertas do meu povo de Israel? (1 Sm 2.29)
Deus usa um de seus profetas para falar com Eli. Deus fala da forma como Hofni e Finéias tratavam a oferta de manjares, e acusa Eli de honrar mais seus filhos do que ao Senhor, e ainda engordar com as ofertas. A ira do Senhor é apresentada contra Eli, porque de forma passiva, ele participava dos pecados de seus filhos. Eli não roubava a carne dedicada ao Senhor, mas comia a carne roubada por seus filhos, a tal ponto de se tornar um homem gordo! Podemos entender que isso durou muito tempo, ou seja, não foi um fato isolado, que ocorreu apenas uma vez.
E isto te será por sinal, a saber, o que sobrevirá a teus dois filhos, a Hofni e a Finéias: que ambos morrerão no mesmo dia. (1 Sm 2.34)
Deus promete julgar os filhos de Eli por suas iniquidades. O que faziam era repreensível, e como não se arrependeram de seus pecados, a justiça divina não deixaria impune aquelas faltas.
Porque já eu lhe fiz saber que julgarei a sua casa para sempre, pela iniqüidade que ele bem conhecia, porque, fazendo-se os seus filhos execráveis, não os repreendeu. (1 Sm 3.13)
Eli tinha conhecimento dos erros dos filhos, mas não os repreendeu quando foi necessário. A disciplina precisa ser aplicada dentro de um período de tempo, ou não será frutífera.
Então, Samuel lhe contou todas aquelas palavras e nada lhe encobriu. E disse ele: É o SENHOR; faça o que bem parecer aos seus olhos. (1 Sm 3.18)
Eli se conforma com o julgamento do Senhor. Ele não parecia o tipo de pai que se aflige diante do Senhor por seus filhos. Samuel acabara de lhe falar sobre a morte que seus filhos teriam, e Eli nada fez. Ele simplesmente se conformou. Não buscou ao Senhor rogando uma segunda chance para seus filhos. Simplesmente disse: É o Senhor; faça o que bem lhe parecer aos seus olhos. Não podemos ter a certeza de que, se Eli orasse ao Senhor por seus filhos nessa ocasião, o Senhor os perdoaria, caso também eles mudassem de postura. Mas podemos ter certeza de que Eli, como pai, aceitou de forma branda não apenas os pecados dos seus filhos, mas também a morte prematura que teriam por causa do julgamento do Senhor. Não se importou com os pecados deles, e não se preocupou com a sentença divina contra sua família. O que vier a acontecer, que aconteça.
Assim termina a história de Eli e de sua descendência. Poderia ser diferente, mas não o foi.
Davi e Absalão — situando o contexto
Frutos de oito casamentos, Davi teve muitos filhos, e três deles se destacam na narrativa bíblica: Salomão, Amnon e Absalão. O primeiro é mais conhecido, pois foi o terceiro rei de Israel. Dos dois seguintes trataremos agora.
Não podemos deixar de lado a ideia de que a Casa de Davi deveria ser um ambiente onde todos disputavam sua atenção. Muitas esposas tinham muitas demandas, e seus filhos conviviam uns com os outros, mas não sem algum grau de animosidade. Amnon era o filho mais velho de Davi, e provavelmente, seu substituto no trono. Conforme a Bíblia, Amnon tinha uma irmã muito bonita, Tamar, que foi alvo da paixão de Amnon. Ele colocou os olhos na irmã e foi literalmente possuído de desejos por ela. Para levar a cabo seu intento, fingiu-se de doente e aprontou todo o cenário de sua própria desgraça. No momento em que Tamar lhe trouxe a refeição, ele a chamou para se deitarem, ao que ela retrucou que Amnon deveria pedi-la como esposa a Davi, pai de ambos. O argumento de Tamar não surtiu efeito, e a jovem foi violentada. O que se segue na história é algo comum após uma relação sexual não abençoada por Deus: "Depois, Amnom sentiu por ela grande aversão, e maior era a aversão que sentiu por ela que o amor que ele lhe votara. Disse-lhe Amnom: Levanta-te, vai-te embora" (2 Sm 13.15).
O que fez Davi, ao saber do caso? "Ouvindo o rei Davi todas estas coisas, muito se lhe acendeu a ira" (2 Sm 13.21). Davi apenas ficou com raiva. Ele não fez mais nada. Não pediu explicações de Amnon. Não o repreendeu. E o resultado de sua atitude: dois anos depois, Absalão foi tosquiar ovelhas e providenciou para que a desonra de sua irmã fosse paga com a vida de Amnon. Absalão agiu quando Davi mostrou-se passivo, e depois de dois longos anos, retribuiu a ofensa contra sua família, alimentada pelo ódio e pela possibilidade de ser o herdeiro do trono.
Absalão e Amnon foram responsáveis por seus atos, mas Davi teve participação no que aconteceu em sua casa. Ele havia possuído a mulher de um de seus melhores soldados e, depois mandou o homem para a morte. Esse fato foi conhecido em Israel, e foi um péssimo exemplo para a família de Davi. E por não ter disciplinado Amnon pelo estupro de Tamar foi preponderante para alimentar o ódio de Absalão.
Mas a história não acaba aqui. Absalão fugiu por três anos, e após esse período, retornou a Israel. Mas por ocasião de seu retorno, Davi não quis vê-lo. O pai permitiu que o filho retornasse, mas não quis vê-lo por dois longos anos. Dois anos Absalão alimentou o ódio por Amnon, e por dois anos Davi se negou a ver seu próprio filho. Não é a toa que Absalão teve desprezo por Davi, a ponto de tentar dar um golpe de Estado e tomar o reino a força. No fim da história, Absalão foi assassinado por um dos soldados de Davi, e o rei lamentou profundamente a morte de seu filho.
Essa narrativa nos mostra que criar filhos não é fácil, e torna-se ainda mais difícil quando nos esquecemos de nossas obrigações como pais, na hora de dispensarmos tempo a eles, de lhes ensinar e também repreender quando necessário. O homem segundo o coração de Deus não quis ver seu próprio filho durante dois anos, ressentido com o fato de o moço ter matado seu irmão mais velho. Imaginemos: se cometermos um pecado grave, nos afastarmos da presença do Senhor por um tempo, e depois de desejarmos ser perdoados e recebidos por Ele, e ele nos recebe, mas se nega a que o cultuemos ou que desfrutemos de sua presença. Guardando-se as devidas proporções, nos sentiríamos como se nada houvesse mudado depois de havermos cometido nosso pecado. E nesse caso em particular, Absalão pecou por ler matado seu irmão, e Davi pecou por não repreender Amnon por seu estupro contra Tamar.
Os dois casos acima, de Davi e de Eli, revelam a possibilidade de nossos filhos se tornarem rebeldes, e de como nós mesmos contribuímos para que esse sentimento aflore neles.
Como Agir em Casos
de Rebeldia de nossos Filhos
Se a rebeldia de nossos filhos já existe, é preciso usar de sabedoria no trato com eles. Se os queremos ganhar de volta para Cristo, precisamos inclusive examinar a nós mesmos, a fim de que ajamos de forma correta diante de Deus e de nossos filhos.
Disciplinar com paciência e bondade. Deus é paciente para conosco, e espera que ajamos com bondade com nossos filhos. "O SENHOR é bondoso e misericordioso, não fica irado facilmente e é muito amoroso. Como um pai trata com bondade os seus filhos, assim o SENHOR é bondoso para aqueles que o temem. Pois ele sabe como somos feitos; lembra que somos pó." (SI 103.8.13,14, NTLH) Deus é o exemplo, e nós podemos segui-lo.
Não provoque a ira dos filhos. Paulo adverte em Efésios 6.4: "E vós, pais, não provoqueis a ira a vossos filhos, mas criai-os na doutrina e admoestação do Senhor". Como pais, temos um grande e destrutivo poder de sermos irritantes em muitas ocasiões. Sei que essa ordem não é para todos os pais, mas entendo que é uma ordem para pais crentes. É possível ensinar, admoestar e disciplinar nossos filhos sem ultrapassar os limites impostos por Deus.
Buscar ajuda do Senhor em oração. Se seu filho ou filha estão vivos, então ainda há esperança. Deus é capaz de transformar os corações, independente do estado em que se encontram, ou não teríamos na Palavra de Deus o famoso "Onde abundou o pecado superabundou a graça". Malaquias 4.5,6 apresenta uma palavra interessante: "Eis que eu vos envio o profeta Elias, antes que venha o dia grande e terrível do SENHOR; e converterá o coração dos pais aos filhos e o coração dos filhos a seus pais; para que eu não venha e fira a terra com maldição". O texto fala de João Batista, que antes de o ministério do Senhor acontecer, estava pregando o arrependimento de seu próprio povo. E mostra que haveria reconciliação entre pais e filhos antes que o dia do Senhor viesse.
Saber que os filhos são responsáveis por suas decisões. É possível que pais santos e tementes a Deus tenham filhos que escolheram, depois de crescidos, não seguir os mesmos passos. E nos momentos em que a rebeldia aflora, como pais, somos propensos a imaginar que a culpa por aquela situação foi nossa, quando na verdade, precisamos estar atentos ao fato de que pais e filhos têm responsabilidades diferentes no tocante às escolhas que fazem. Pais têm a responsabilidade de educar e disciplinar seus filhos, e os filhos têm a responsabilidade de andar de forma correta.
Peça ajuda de outras pessoas fiéis ao Senhor. Não é apenas você que está experimentando a rebeldia dos filhos. Muitos pais já o enfrentaram, e outros estão passando por isso. A experiência deles pode ser de grande auxílio para você, tanto em oração e apoio quanto para ensinar-lhe em que pode acertar nesses momentos de crise.
Sabemos que criar filhos não é tarefa das mais fáceis. Aqueles que já os têm sabem muito bem disso. Ainda assim, precisamos zelar de forma correta pela herança que Deus nos deu, para que apresentemos ao Senhor.
Isso exige muito de nós, mas temos a graça de Deus, que nos auxilia nesse mister. E precisamos também fazer a nossa parte. "Eis que os filhos são herança do Senhor, e o fruto do ventre, seu galardão. Como flechas na mão do valente, assim são os filhos da mocidade" (SI 127.3,4). Flechas podem chegar a lugares distantes, mas uma das coisas determinantes para isso não era apenas o peso da própria flecha, mas a flexibilidade do arco que se estava usando. Portanto, aprenda a ser flexível quando necessário.
Deus espera cumprir essa Palavra em seus servos e seus filhos também.
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