"Você pode estar cansado de ouvir falar em Harry Potter. Afinal, meio mundo já leu sobre as aventuras do menino-bruxo nos quatro volumes até agora publicados pela escritora britânica J.K. Rowling. O outro meio mundo pode ter resistido, mas não vai passar ileso à estréia de Harry nos cinemas" (Flávia Pegorin, Revista Galileu 11/01).
Inicialmente pensei em colocar como título deste artigo: "Criticando Harry Potter", mas depois mudei de idéia. Criticar nunca é uma palavra muito agradável e geralmente ninguém morre de amores por ela. A julgar por algumas reuniões de pais e mestres, parece que "baixar a lenha" numa atitude isolada da professora do nosso filho é bem mais fácil e saboroso do que criticar uma série que é best-seller entre adolescentes.
Mesmo quando a crítica recai sobre um assunto que fere os conceitos cristãos, ela muitas vezes é mal compreendida e pouco aceita. É sob esse ponto de vista cristão, após ter lido os quatro primeiros volumes da série Harry Potter, que eu gostaria de fazer algumas considerações a respeito do menino-bruxo:
1. Pratica a feitiçaria
Pessoalmente não conheço nenhum pai cristão que tenha presenteado um manual de bruxaria ao seu filho. Contudo, conheço alguns genitores que ingenuamente deram a seus filhos um manual de bruxaria camuflado – um dos livros da série Harry Potter.
Harry Potter não é apenas uma bruxaria bobinha de jogar quadribol voando em vassouras, pois apresenta também ocultismo da pesada onde existem maus agouros e conjuros em cemitério. No quarto livro da série, Harry é amarrado numa lápide em um cemitério onde é preparada uma poção com os seguintes ingredientes: o sangue de Harry Potter, o osso do cadáver do pai de Lord Voldemort (o bruxo malvado da série) e a carne do escravo Rabicho (que para isso amputou a sua própria mão direita). Tudo isso foi jogado dentro de um caldeirão. O resultado desse feitiço foi o ressurgimento do corpo do temível Lord Voldemort.
Puxa! Conheço alguns ex-"pais de santo" que asseguram que realizavam cerimônias de despachos muito semelhantes em alguns cemitérios. Se os outros livros da série, a serem publicados, continuarem nesse mesmo ritmo, vão rivalizar com os terreiros de macumba! Estes que se cuidem, Harry Potter está aqui...
2. O Natal sem Cristo
O feriado de Natal está presente na saga de Harry Potter, com trocas de presentes e árvores de Natal, porém sem qualquer menção ao nome do aniversariante – Jesus Cristo! Acredito que se trate de uma omissão proposital! Um Natal sem Cristo é só fantasias, sem a verdadeira paz e esperança. Os anjos, ao anunciarem o nascimento do Salvador, proclamaram: "Glória a Deus nas maiores alturas, e paz na terra entre os homens, a quem ele quer bem" (Lucas 2.14). O natal sem Cristo proporciona apenas alegrias efêmeras e superficiais, mas carece de paz real para os homens.
Atualmente, os heróis dos nossos filhos são quase sempre monstros deformados, grotescos e mutilados. O leitor de Harry Potter familiariza-se com um mundo tenebroso. |
3. Familiarização com imagens grotescas
Quando era criança, um dos meus heróis era Rintintin, mas hoje é diferente. Atualmente, os heróis dos nossos filhos são quase sempre monstros deformados, grotescos e mutilados. O leitor de Harry Potter familiariza-se com um mundo tenebroso. Nestes tempos de Harry Potter, o imundo tornou-se lindo. Os heróis das nossas crianças podem ser aberrações monstruosas que se arrastam para fora dos esgotos, simulando inocência e fingindo tendências bondosas.
Veja o que a Bíblia diz: "...que sociedade pode haver entre a justiça e a iniqüidade? Ou que comunhão, da luz com as trevas? Que harmonia, entre Cristo e o Maligno? Ou que união, do crente com o incrédulo?" (2 Coríntios 6.14-15).
4. Desrespeita regras
Harry mente, trapaceia, quebra regras, desobedece às autoridades constituídas (dos tios e dos professores), porém, no final sempre se sai bem (na vida real, no entanto, não é bem assim). O que a Bíblia ensina sobre o nosso relacionamento com as autoridades? "Todo homem esteja sujeito às autoridades superiores; porque não há autoridade que não proceda de Deus; e as autoridades que existem foram por Ele instituídas" (Romanos 13.1).
5. É vingativo
Harry Potter não conhece o que é perdoar ou dar a outra face. Ele tem um profundo ressentimento com seus tios cruéis. Em vez de perdoá-los, fica feliz em se vingar. Após ter sido bastante insultado por tia Guida, lançou um feitiço que fez a mesma começar a inchar como um balão e por pouco ela não estourou. Harry também não suporta um mau colega rival, Draco Malfoy, e fica satisfeito quando o menino erra.
Harry Potter desconhece que existe um único Deus acima de tudo e de todos, portanto, é ignorante acerca de que a vingança pertence ao Senhor e não ao ser humano. O Senhor Deus declara: "A mim me pertence a vingança" (Deuteronômio 32.35a).
6. Desestimula a boa leitura
Quem afirma isso é o norte-americano Harold Bloom, "o mais importante crítico literário em atividade", em entrevista à revista Veja: "A linguagem é um horror. [...] E o livro inteiro é assim, escrito com frases desgastadas, de segunda mão".
Meu amigo Jehozadak Pereira, articulista do jornal A Tarde e do site Aleluia, autor do livro "O Que São Temperamentos?", é bem mais incisivo em um artigo na internet: "A temática de Harry Potter é profundamente mística e inteiramente comprometida com bruxaria, feitiçaria e esoterismo, e é apresentada como literatura mimetizada em contos pueris, quando na realidade é perversa e advinda do inferno."
Que este artigo não seja apenas mais uma crítica, mas que contribua para que os leitores reflitam e sejam cuidadosos, incentivando muitos a desmascarar esse sutil engano que se infiltra em nosso meio – para que juntos possamos arrancar mais uma máscara sorridente da face do mal. Por trás de um manto de ingenuidade, a série Harry Potter tem seus dentes e garras sujos de sangue, pois nela está disfarçado o próprio inimigo das nossas almas. Lembre-se... nestes tempos de Harry Potter o alerta de Jesus Cristo é muito oportuno: "Vê, pois, que a luz que há em ti não sejam trevas" (Lucas 11.35). (Dr. Samuel Fernandes Magalhães Costa – http://www.chamada.com.br
Samuel F. M. Costa É médico gastroenterologista com parte de sua formação acadêmica nos Estados Unidos. Dr. Samuel Costa é um pesquisador minucioso e há muito tempo se dedica à analise e estudos de idéias controvertidas quanto à fé cristã. Em 1996, lançamos sua primeira obra literária: “A Nova Era: Um Passo Para a Manifestação do ‘Maitreya’ e da Prostituta Babilônia”. Aprofundando-se ainda mais no estudo do esoterismo, escreveu “Os Anos Obscuros da Mocidade de Jesus Cristo”. Samuel Costa reside com sua esposa e filhos na cidade de Recife, no nordeste do Brasil.
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