Hoje nós falamos repetidamente que família é o nosso problema número um.[1] A família tem sido atacada vigorosamente pelas perigosas filosofias pós-modernas. Os fundamentos têm sido destruídos (Salmo 11:3). Nós estamos vivendo no meio da era pós-moderna, onde os valores absolutos das Escrituras não estão sendo observados, mas repudiados.[2]
O que nós temos hoje não é apenas um comportamento imoral, mas a perda de critérios morais. Nós estamos enfrentando não apenas um colapso moral, mas um colapso de significado. Não há absolutos. [3] Gene Edward Veith ainda afirma que se não há absolutos, se a verdade é relativa, então não pode existir estabilidade, conseqüentemente, a vida perde o seu sentido.[4]
O que nós temos hoje não é apenas um comportamento imoral, mas a perda de critérios morais. Nós estamos enfrentando não apenas um colapso moral, mas um colapso de significado. Não há absolutos. [3] Gene Edward Veith ainda afirma que se não há absolutos, se a verdade é relativa, então não pode existir estabilidade, conseqüentemente, a vida perde o seu sentido.[4]
O inevitável resultado do relativismo deste tempo é a falência dos valores morais, a fraqueza da família e o aumento espantoso da infidelidade conjugal. Valores relativos, acompanham o relativismo da verdade.[5] Em 1969, bem no meio da “revolução sexual”, 68% dos americanos acreditavam que relação sexual antes do casamento era errado. Em 1987, mesmo a despeito do surto da AIDS, somente 46% acreditavam que o sexo antes do casamento era errado.[6] Em 1992, somente 33% rejeitavam o sexo premarital.[7] Infidelidade conjugal tem sido uma marca da sociedade contemporânea. Segundo algumas estimativas, 50 a 65% dos maridos e 45 a 55% das esposas têm sido infiéis até a idade de 40 anos.[8] Outros identificam que 26 a 70% das mulheres casadas e 33 a 75% dos homens casados têm se envolvido em algum caso extra conjugal.[9] Casos extra conjugais são não apenas comuns, mas altamente destrutivos para os casais.[10]
Divórcio tem sido estimulado como uma solução para casamentos em crise. Comentaristas sociais são notórios em afirmar que metade dos casamentos nos Estados Unidos terminam em divórcio.[11] Contudo, divórcio não é uma sábia solução para casamentos em crise, mas um sério agravante, um outro problema que na maioria das vezes, traz profundo sofrimento e frustração. A psicóloga Diane Medved, diz que os casais estão chegando à conclusão que o divórcio é mais danoso do que enfrentar as crises juntos.[12] As conseqüências e as seqüelas do divórcio são devastadoras a curto, a médio e a longo prazo. Há muitos casais e filhos arrebentados emocionalmente pelo divórcio. A presença de casamentos em crise, casamentos quebrados e até mesmo do divórcio está aumentando não apenas entre os não cristãos, mas também dentro das comunidades evangélicas.[13] As pessoas divorciadas estão flutuando dentro das comunidades evangélicas. Há muitos líderes religiosos enfrentando divórcio. Divórcio é uma realidade que não pode ser negada. Contudo, à luz das Escrituras, o divórcio não é a solução divina para a crise do casamento. Não é sensato fugir do problema em vez de enfrentá-lo. De fato não existe casamento perfeito. Não há casamento sem problemas. Todo casamento exige renúncia e adaptação. Nenhum casamento sobrevive sem perdão e restauração. Muitas pessoas hoje estão discutindo e procurando divórcio antes de entender o que as Escrituras ensinam sobre casamento. Casamento não é uma união experimental. A aliança conjugal não termina quando as crises chegam. Só há duas cláusulas de exceção para o divórcio nas Escrituras: a infidelidade conjugal (Mateus 19:9) e o abandono (1 Coríntios 7:15). Divórcio por quaisquer outros motivos e novo casamento constitui-se em adultério (Mateus 5:32).
Como, então, enfrentar as crises no casamento sem pensar em desistir?
1. Reconhecendo que o casamento não é uma invenção humana, mas uma instituição divina – O casamento não é um expediente humano. O próprio Deus estabeleceu, instituiu e ordenou o casamento desde o início da história humana.[14] Gênesis 2:18-24 revela que o casamento nasceu no coração de Deus quando não havia ainda legisladores, nem leis, nem Estado, nem igreja. Casamento é um dom de Deus para o homem e a mulher.[15] Deus não apenas criou o casamento, mas também o abençoou (Gênesis 1:28). Qualquer esforço de atentar contra os princípios estabelecidos por Deus para o casamento conspira contra o próprio Deus, que o instituiu. Por isso, Deus odeia o divórcio (Malaquias 2:14).
2. Reconhecendo a natureza do casamento – Quando Jesus foi questionado pelos fariseus sobre o divórcio (Mateus 19:3-4), Jesus não discutiu divórcio antes de falar sobre a natureza do casamento, de acordo com os princípios estabelecidos na própria criação (Mateus 19:4-8). De acordo com o padrão absoluto de Deus, estabelecido na criação, o casamento em primeiro lugar é heterossexual (Gênesis 1:27). União homossexual é abominação para Deus (Levitico 18:22; Romanos 1:24-28). Em segundo lugar, o casamento é monogâmico (Gênesis 2:24). Em terceiro lugar, o casamento é monossomático (Gênesis 2:24). João Calvino disse que a união do casamento é mais sagrada e mais profunda do que a união que liga os filhos aos pais. Nada senão a morte pode separá-los.[16] Em quarto lugar, o casamento é indissolúvel (1 Corintios 7:3). Jesus afirmou que marido e mulher não são mais dois, mas uma só carne e o que Deus uniu o homem não pode separar (Mateus 19:6). Divórcio, portanto, é uma rebelião contra Deus e os seus princípios.[17] Em quinto lugar, o casamento não é compulsório. O celibato é um dom de Deus, não uma imposição (1 Coríntios 7:32-35). Embora a razão do casamento é para resolver o problema da solidão, Deus chamou alguns para serem uma exceção à sua própria norma (Gênesis 2:18,24; Mateus 19:11-12; 1 Coríntios 7:7).[18]
3. Reconhecendo que em Deus podemos superar as crises do casamento sem azedar o coração – Jesus disse para os fariseus que o divórcio nunca foi uma ordenança divina, mas uma permissão, e isso, por causa da dureza dos corações (Mateus 19:7-8). O divórcio ocorre porque os corações estão endurecidos. Dureza de coração é a indisposição de obedecer a Palavra de Deus. É a indisposição de perdoar, restaurar e recomeçar o relacionamento conjugal de acordo com os princípios de Deus. De acordo com Jesus o divórcio jamais é compulsório, onde existe espaço para o perdão. Divórcio é conseqüência do pecado, não uma expressão da vontade de Deus. Perdão e restauração são melhores do que o divórcio. Divórcio não é compulsório nem em caso de adultério. Restauração é melhor que o divórcio.
Concluindo, ressaltamos que a igreja precisa dar ênfase em famílias fortes. Casamentos estáveis resultam em famílias, igrejas e sociedade saudáveis.[19] A solução para o casamento e para a família não está nos modelos falidos da sociedade pos-moderna, mas na eterna e infalível Palavra de Deus. O mesmo Deus que instituiu o casamento tem a solução para os casamentos em crise. Somente Deus pode curar relações quebradas, trazendo esperança onde os sonhos já morreram; trazendo vida, onde as sombras da morte já escurecem os horizontes; trazendo cura e restauração, onde as feridas estão cada vez mais doloridas. O grande desafio para a igreja e a sociedade contemporânea é retornar para Deus e obedecer os seus mandamentos. O mesmo Deus que criou o casamento tem solução para ele. Deus é o criador, sustentador e restaurador do casamento. Quando ele reina no casamento, o divórcio não tem espaço.
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[1] Brian Newman and Deborah Newman, “Divorce – How the Congregation Responds.” In The Christian Educator’s Handbook on Family Life Education: A Complete Resource on Family Life Issues in the Local Church. Grand Rapids: Baker Book House. (139-147), 1996, p. 145
[2] Charles Colson, The Body, Waco: Word Press. 1992, p. 304
[3] Jay Adams, Marriage, Divorce and Remarriage in the Bible. Grand Rapids: Zondervan. 1980, p. 3-4
[4] Water Kaiser Jr., Toward Old Testament Ethics. Grand Rapids: Zondervan. 1983, p. 181
[5] John Calvin, Harmony of Matthew, Mark, and Luke – Calvin’s Commentaries, Vol. XVI. Grand Rapids: Baker Book House.
[6] D. A. Carson, “Matthew.” In Zondervan NIV Bible Commentary, vol. 2, ed. by Kenneth L. Barker & John R. Kollenberger. Grand Rapids: Zondervan Publishing House. 1994, p. 87-88
[7] Jay Adams, Marriage, Divorce and Remarriage. Grand Rapids: Zondervan. 1980, p. 8-9
[8] Alvin Tofler, The Third Wave. New York: Bantan Books. 1980, p. 209
[9] D. A. Carson, The Gagging of God. Grand Rapids: Zondervan. 1996, p. 45
[10] Gene E. Veith, Postmodern Times. Wheaton: Crossway Books. 1994, p. 18
[11] Ibid, p. 72
[12] Ibid, p. 17
[13] George Gallup and Sara Jones, 100 Questions and Answers: Religion in America. Princeton Research Center. 1989, p. 120
[14] Andrew Greeley, “Sex and the Single Catholic: The Decline of an Ethic.” In America, 7 November: 344.
[15] C. D. Hernandez, S. L. & J. M. Bermudez, “Using a Cross-Cultural Perspective to Understand Infidelity in Couples Therapy.” In The American Journal of Family Therapy, 25 (2): 169-185
[16] R. K. Shachelford & D. M. Buss, “Clues to Infidelity .” In Personality and Social Psychology Bulletin. 23:1034-1045
[17] David L. Brown, Patterns of Infidelity and their Treatment. New York: Brunner/Mazel. 1991
[18] J. Kerby Anderson, Signs of Warning Signs of Hope. Chicago. 1994, p. 67
[19] Diene Medved, The Case Against Divorce. New York: Donald Fine. 1989, p. 1-2
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