Queridos, uma vez um irmão me disse que não via nenhuma utilidade nas genealogias da Bíblia, aquelas longas relações de nomes de gerações e gerações que encontramos principalmente em Gênesis e Números. Obviamente, aquele irmão estava equivocado. Sabemos que toda a Bíblia é a revelação de Deus inspirada pelo Espírito Santo,
e que tudo que nela está escrito “é útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra”, como se pode ler em 2 Tm 3:16-17. Portanto, não podemos ter nenhuma dúvida de que tudo que nela se contém é proveitoso para nós. Na mensagem de hoje vamos comprovar esta verdade, examinando a genealogia de Jesus, um desses trechos que parecem nada ter a nos ensinar, mas, como se trata da Palavra de Deus, é útil para o ensino.
e que tudo que nela está escrito “é útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra”, como se pode ler em 2 Tm 3:16-17. Portanto, não podemos ter nenhuma dúvida de que tudo que nela se contém é proveitoso para nós. Na mensagem de hoje vamos comprovar esta verdade, examinando a genealogia de Jesus, um desses trechos que parecem nada ter a nos ensinar, mas, como se trata da Palavra de Deus, é útil para o ensino.
Em primeiro lugar, podemos aprender nesse trecho com a genealogia de Jesus, que a fidelidade de Deus é de geração em geração. Meditar nesse trecho é confortante e encorajador, porque nos faz ver que Deus sempre cumpre a sua Palavra. Vamos lembrar um pouco? Em Gênesis 12:3 Deus prometeu a Abraão que na sua descendência todas as famílias da terra seriam abençoadas; em Isaías 11:1 Deus prometeu que levantaria o renovo do tronco de Jessé, pai de Davi. Estes versículos sobre a genealogia de Jesus, que parecem destituídos de proveito, provam que Deus cumpriu as suas promessas. Jesus é o descendente de Abraão que veio para abençoar todas as famílias da terra, e é o filho de Davi que veio resgatar o seu povo da escravidão do pecado. Louvado seja Deus pela sua fidelidade!
Nunca esqueçamos essa lição, queridos. Deus prometeu que mandaria o Salvador, e mandou. De igual modo, ele prometeu que salvará todo aquele que nele crê, e certamente cumprirá a sua palavra, porque “Deus não é homem para que minta”, como está escrito em Nm 23:19, e “de geração em geração é a sua fidelidade” (Sl 100:5).
Em segundo lugar, essa lista de nomes nos mostra, de um lado, como o pecado é terrível, devastador, e de outro, como Deus é soberano. Por exemplo, o v. 3 nos lembra o pecado de Judá, o quarto filho de Jacó, que coabitou com a sua nora Tamar. Nós vemos como Deus, nas gerações seguintes, transformou este pecado em bênção, segundo o seu propósito, para a chegada do Messias, descendente daquela relação pecaminosa.
O v. 5 nos ensina como Deus usou uma prostituta para ser bênção não só para Israel, mas para toda humanidade, segundo o seu propósito. Como não há outra Raabe no texto bíblico, esta Raabe da genealogia de Jesus é a mesma prostituta que escondeu os espias lá no livro de Josué; O v. 6, de igual modo, nos faz ver como Deus, segundo o seu propósito, levantou o grande rei Salomão como membro da família de Jesus, e Salomão era filho de Davi com Batseba, a mulher que Davi, de forma pecaminosa tomou de Urias, mediante mentiras e assassinato.
Nos versículos seguintes, por outro lado, nós podemos ver como pais piedosos geraram filhos ímpios, a exemplo do perverso Roboão, o causador da divisão de Israel, e ele era filho do piedoso rei Salomão; ou o perverso Jorão ou Jeorão, que matou todos os seus irmãos a espada, e ele era filho do piedoso rei Josafá; ou o perverso Manassés, filho do piedoso rei Ezequias; ou ainda o perverso Jeconias ou Jeoaquim, filho do piedoso rei Josias, e Deus fez tudo segundo o seu propósito, para a chegada do Messias. Louvado seja Deus pela sua soberania.
Em terceiro lugar, nestes versículos em que constatamos vários filhos perversos criados por pais piedosos, nós aprendemos que a graça de Deus não é hereditária, e isso é suficiente para nos tornar humildes e dependentes da graça de Deus quando oramos por nossos filhos. Roboão, Jorão ou Jeorão, Manassés e Jeconias ou Jeoaquim, por exemplo, tiveram pais piedosos que certamente lhes ensinaram e lhes deram bons exemplos. No entanto, eles foram reis perversos. Portanto, aprendemos nesse trecho, que não é bastante sermos pais piedosos, darmos boas lições e bons exemplos para que os nossos filhos sejam salvos.
É preciso algo mais, queridos. Como vimos no domingo passado, o Senhor Jesus disse a Nicodemos que aqueles que nascem do alto não nascem “do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus” (Jo 1:13). Conhecemos pais que, literalmente, se matam, querendo converter os seus filhos através do que eles imaginam ser bons ensinamentos e bons exemplos. Que os pais crentes transmitam aos seus filhos ensinamento de acordo com a Palavra, que deem bom exemplo, mas precisam saber que isto é eficiente, mas não é suficiente. Por isso, não esqueçam de orar dia e noite, rogando a graça de Deus, para que os seus filhos nasçam do Espírito. A piedade, o ensino e o exemplo precisam compor uma unidade com a oração perseverante, porque a suficiência para a regeneração pertence ao Senhor. Louvado seja Deus pelo seu poder.
Por fim, queridos, aprendemos nessa relação de nomes, como o nosso Senhor é misericordioso e compassivo. Em Fp. 2:6-8 está escrito que “ele, subsistindo em forma de Deus não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz”. Ele resolveu morrer a nossa morte para nos conceder a vida.
Nesta pequena genealogia de Jesus que lemos, podemos ver como a nossa natureza é contaminada pelo pecado, e que, mesmo assim, o nosso Senhor Jesus escolheu tornar-se “em semelhança de homens”, e ele fez isso para nos salvar. É verdade que esta lista apresenta nomes com histórias vergonhosas. Porém, o nome que figura no final da lista é o nome do Senhor Jesus Cristo, e assim como ele não se envergonhou de compor uma árvore genealógica que contém nomes nada recomendáveis, podemos ter certeza de que ele também não se envergonhará de chama de irmãos aqueles a quem ele conceder vida eterna. Foi para isso que Jesus veio, como ele mesmo afirmou: “Eu vim para que tenham vida, e a tenham em abundância” (Jo 10:10). Louvado seja o Senhor que nos concede a vida.
Portanto, queridos, hoje aprendemos nesta simples relação de nomes, que a princípio parece nada ter a nos ensinar, que ela nos faz lembrar a fidelidade de Deus; ele sempre cumpre a sua Palavra. Aprendemos numa relação de nomes, que a princípio parece nada ter a nos ensinar, como a pecaminosidade do pecado pode ser vencida pelo poder de Deus, e que ele pode transformar os nossos pecados em bênçãos, segundo o seu propósito. Também aprendemos nesta simples relação de nomes, que a princípio parece nada ter a nos ensinar, que a graça salvadora de Deus não é hereditária, que precisamos ensinar aos nossos filhos, dar bom exemplo, orar por eles e com eles, sabendo que eles precisam ter a sua própria experiência com Deus. Por último, aprendemos numa relação de nomes, que a princípio parece nada tem a nos ensinar, como o nosso Senhor é misericordioso, compassivo, e como ele simpatiza conosco em nossas limitações, a ponto de “tornar-se em semelhança de homens”. E o Senhor Jesus fez isto exatamente para vencer a maior de todas as nossas limitações, o pecado, a fim de nos reconciliar com o Pai, e nos dar assento com ele junto ao trono da glória de Deus. Louvado seja o nosso Deus, a quem pertence o poder, a riqueza, a sabedoria, a força, a honra, a glória, e o louvor. Amém.
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