Muitos queridos amigos comentaram aqui e na minha página pública sobre este assunto. Lamento não ter tempo para interagir com todos os questionamentos e responder a todas as perguntas. Acho que algumas destas perguntas já estão respondidas nos textos indicados no último mural, basta ler de novo, com atenção. Farei apenas uns poucos comentários dando a minha opinião.
1) Relações sexuais diante de Deus não é bem o conceito de casamento que encontramos na Bíblia. O quadro que temos é muito mais complexo. Envolve responsabilidade pública e legal, pois tinha a ver com a herança e a proteção da esposa e os direitos dos filhos. Quando não há um compromisso oficial, mas apenas um viver juntos, como se pode falar em adultério, divórcio, herança de filhos, propriedade de terras, sustento para a desamparada, etc.?
2) Israel era uma teocracia, isto é, Estado e Igreja estavam juntos. As festas de casamento representavam a legalização “civil” da união. Hoje, nas modernas democracias, o estado é laico, e não se precisa da cerimônia religiosa, e sim a legalização pelo poder público. Igreja não casa, pastor não casa, padre não casa. Quem casa é o juiz, representando o Estado. A Igreja faz um culto e invoca a benção de Deus sobre o casal. No chamado “casamento religioso com efeito civil,” o pastor está agindo como se fosse o juiz, tudo acertado antes no cartório, e ratificado depois, senão perde a validade.
3) O “casamento” de Adão e Eva não pode ser tomado como padrão para a humanidade. Eles nem tinha umbigo! Não havia ainda estado, igreja, sociedade, pessoas. O que aprendemos com o episódio é que a vontade de Deus que a humanidade se organize em famílias, compostas de um homem e de uma mulher, e que vivam unidos para sempre, criem seus filhos e dominem a terra. A legalização e a oficialização disto é uma decorrência natural e lógica quando o pecado entrou no mundo e apareceram outras mulheres e outros homens, a luta pelas terras e propriedades, o egoísmo do homem que desampara a mulher depois de abusar dela, e assim por diante. Por este motivo encontramos leis sobre divórcio, leis sobre herança de filhos, leis sobre os filhos de uma mulher que não é a esposa legítima, etc. etc.
4) É evidente que as festas de casamento, com véu e grinalda, etc. são coisas absolutamente culturais e que mudam de acordo com os tempos e épocas. O que vale é que aquele momento em que os dois, diante do representante do governo (pode ser o pastor fazendo o casamento com efeito civil), prometem fidelidade, suporte, apoio e amor mútuos até que a morte os separe e assinam o contrato, que haverá de garantir os direitos deles e dos filhos, para o bem da sociedade e da família. Era isto, guardadas as devidas proporções, que acontecia nos tempos bíblicos em Israel, com os patriarcas fazendo as vezes, e depois os sacerdotes, juízes, anciãos, etc.
5) União civil não é casamento, mas um mecanismo para garantir os direitos dos que vivem juntos a um tempo, como se casados fossem. É outra discussão, para a qual não tenho tempo agora.
Estou correndo aqui com meus estudos e sem muito tempo para me aprofundar em discussões. Mas, estarei postando outros textos sobre este assunto em breve.
Abraços a todos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Faça comentários produtivos no amor de Cristo com a finalidade de trazer o debate para achar a verdade. Evite palavras de baixo calão, fora do assunto ou meras propagandas de outros blogs ou sites.