INTRODUÇÃO
1. Tiago escreve esta carta para ajudar os crentes dispersos a vencerem as provações a que estavam expostos, buscando ao mesmo tempo, o alvo da maturidade cristã.
2. Ele ensinou nos versos 2-4 que as provas são compatíveis com a fé cristã, são variadas, passageiras e pedagógicas.
3. Agora, Tiago vai nos mostrar como viver com sabedoria neste mundo, no meio dessas provas.
O alvo de Deus em nossa vida é a maturidade cristã (1:2-4,12; Rm 8:29; Cl 1:28). À medida que somos provados, precisamos pedir a Deus para nos mostrar o que ele está fazendo (1:5). Deus nos prova para nos fazer desmamar de atitudes infantis.
Para alcançar esse alvo da maturidade, Deus faz três coisas (Ef 2:8-10): 1) Há uma obra que Deus realiza por nós – Salvação; 2) Há uma obra que Deus realiza em nós – Santificação; 3) Há uma obra que Deus realiza através de nós – Serviço.
Exemplos: Deus trabalhou 25 anos na vida de Abraão antes de lhe dar o filho da promessa. Deus trabalhou 13 anos na vida de José antes de colocá-lo no trono. Deus trabalhou 80 anos na vida de Moisés antes de usá-lo como lider do seu povo. Jesus trabalhou 3 anos na vida dos apóstolos antes de enviá-los ao mundo. O alvo de Cristo é que a igreja faça discípulos (Mt 28:19).
1. Quando somos provados precisamos pedir Sabedoria – v. 5-8
Quando estamos sendo provados, precisamos de discernimento, precisamos de sabedoria (1:5; 3:13-18). O que é sabedoria? É mais que conhecimento. Sabedoria é o uso correto do conhecimento. Conhecimento é conhecer a Bíblia bem. Sabedoria é usar a Bíblia bem. Sabedoria é olhar para a vida com os olhos de Deus. O sábio busca maturidade e não prazer. Há pessoas cultas e tolas. Há pessoas que têm erudição, mas não sabem viver a vida nem fazer escolhas certas.
Quando estamos sendo provados, precisamos de sabedoria para não disperdiçarmos as oportunidades que Deus está nos dando para chegarmos à maturidade. Sabedoria nos ajuda a entender como usar as provas para o nosso bem e a glória de Deus. Exemplo: O testemunho de Paulo (Fp 1:12).
2. Quando somos provados precisamos conhecer o caráter de Deus – v. 5
Tiago nos ensina três coisas sobre Deus neste verso:
a) É da natureza de Deus dar (1:5) – Deus é a fonte da sabedoria. Ele é o doador.
b) A generosidade de Deus é ilimitada (1:5) – A generosidade de Deus não conhece limites na terra – É para TODOS. A generosidade de Deus não conhece limites no céu – Ele dá LIBERALMENTE.
c) A acolhida de Deus é garantida (1:5) – Deus não rejeita aquele que o busca (Sl 66:20).
3. Quando somos provados precisamos orar com fé – v. 6-8
Tiago compara o homem que ora a Deus, mas duvida, a três figuras:
a) As ondas do mar (1:6) – É a pessoa que oscila entre fé e incredulidade, ânimo e desânimo, otimismo e pessimismo. Ora está no alto, ora no vale. Um dia fervoroso, outro dia abatido.
b) Duas mentes em um só corpo (1:6) – A palavra grega “duvidando” diacrimonai = duas mentes. É uma pessoa com dus mentes. A fé diz sim, mas descrença diz não. Uma hora ele diz sim, outra hora ele diz não. Exemplo: Pedro andando sobre o mar afundou quando duvidou.
c) Duas almas em um só corpo (1:8) – A palavra grega “dobre” dipsychoi = duas almas. Almas divididas. É tentar andar em dois caminhos. É tentar servir a dois senhores.
Tiago fala de dois resultados negativos ao crente que ora, mas duvida:
a) Fracasso na oração (1:6) – Ele não vai alcançar coisa alguma.
b) Inconstância espiritual (1:8) – Ele não vai chegar à maturidade, mas vai estar exposto aos ventos de doutrina (Ef 4:14). Há crentes que não se firmam na igreja.
4. Quando somos provados precisamos nos alegrar com as riquezas espirituais (1:9-11)
Tiago aplica o princípio da sabedoria nas provas em duas circunstâncias específicas: cristãos pobres e cristãos ricos. Dinheiro e status eram problemas reais entre aqueles irmãos (2:1-7, 15-16; 4:1-3; 5:1-8).
O pobre deve gloriar-se pelo que tem permanente no céu. O rico pelo que não tem permanente na terra. O pobre deve gloriar-se na sua dignidade, o rico na sua insignificância. Não é tolo aquele que perde o que não pode acumular, para ganhar o que não pode perder. O pobre ao ser provado diz: mas quão rico eu sou. O rico ao ser provado pelas glórias do mundo diz: mas quão vulnerável eu sou. Cada um olha para a sua vida na perspectiva da eternidade.
No v. 10 Tiago oferece uma comparação = o rico é como a flor – fragilidade.
No v. 11 – Ele faz uma explanação = porque o sol… – dependência.
No v. 11b – Ele tira uma conclusão = assim também – a instabilidade da riqueza.
5. Quando somos provados precisamos estar de olho na recompensa – v. 12
Quando Deus nos prova é para o nosso bem, por isso somos bem-aventurados.
Quando somos provados desenvolvemos a paciência triunfadora.
Quando somos provados somos aprovados por Deus.
Quando somos provados somos galardoados por Deus
Quando somos provados temos a oportunidade de demonstrar o nosso amor por Deus.
II. COMO LIDAR DE FORMA SÁBIA COM AS TENTAÇÕES – V. 13-18
Uma pessoa madura é paciente nas provas. Uma pessoa imatura transforma provas em tentações. Provas são testes enviados por Deus. Tentações são armadilhas enviadas por Satanás e encorajadas por nossa natureza caída.
Quando passamos por dificuldades somos tentados a questionar o amor e o poder de Deus. Então, Satanás oferece um caminho para escaparmos das provas. Essa oportunidade é uma tentação: Exemplo: Satanás sugeriu a Jesus transformar pedras em pães.
Há três fatos que devemos considerar se queremos vencer as tentações.
1. Olhe para frente e considere o Julgamento de Deus – v. 13-16
Não culpe a Deus pela tentação. Ele é absolutamente santo para ser tentado e ele é absolutamente amoroso para tentar. Deus nos prova como provou a Abraão, mas ele não nos tenta. A prova é para santificar. A tentação é para derrubar.
Uma tentação é uma oportunidade de fazer uma coisa boa de maneira errada. Exemplo: 1) Passar numa prova é coisa boa, mas colar na prova para passar é uma coisa errada; 2) O prazer sexual é uma coisa boa, mas o sexo fora do casamento é uma coisa errada.
Tiago vê o pecado, não apenas como um ato, mas como um processo em quatro estágios
a) Desejo ou cobiça (1:14) – É desejar satisfazer um desejo fora da vontade de Deus. Comer é normal, glutonaria é pecado. Dormir é normal, preguiça é pecado. Sexo no casamento é normal, sexo fora do casamento é pecado. Os desejos devem estar sob controle e não nos controlar.
b) Engano – (1:14) – Tiago usa duas figuras para ilustrar o engano da tentação: 1) A figura do caçador que usa uma armadilha (atrai); 2) A figura do pescador que usa o anzol com ísca (seduz). Se Ló pudesse ver a ruína que estava por trás de Sodoma e se Davi pudesse ver a tragédia sobre a sua casa quando deitou-se com Bate-Seba eles jamais teriam caído. Precisamos identificar a arapuca do diabo e ísca do diabo.
c) O nascimento do bebê chamado pecado – (1:15) – Tiago muda a figura da armadilha e do anzol para a figura do nascimento de um bebê maldito, chamado PECADO.
d) Morte (1:16) – A cobiça depois de haver concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, uma vez consumado, gera a morte. Vemos aqui a genealogia do pecado. A morte é a avó da cobiça. O pecado é filho da morte. A cobiça é neta da morte. O salário do pecado é a morte (Rm 6:23).
2. Olhe ao redor e considere a bondade de Deus – v. 17
Quando Satanás tentou Eva no jardim e Jesus no deserto, ele questionou o amor de Deus. A bondade de Deus é o grande escudo contra a tentação do diabo. Quando sabemos que Deus é bom não precisamos de cair nas armadilhas do diabo para suprir as nossas necessidades. É melhor estar faminto dentro da vontade de Deus do que estar cheio fora da vontade de Deus (Dt 6:10-15).
Tiago apresenta três fatos sobre a bondade de Deus:
a) Deus dá somente boas dádivas – Tudo o que Deus dá é bom, até as provas. O espinho na carne de Paulo foi um dom estranho, mas foi uma grande bênção para ele (2 Co 12:1-10).
b) Deus dá constantemente – O verbo “descendo” é um presente particípio = continua sempre descendo. Deus não dá seus dons apenas ocasionalmente, mas constantemente.
c) Deus não muda – Deus não pode mudar para pior porque ele é santo. Ele não pode mudar para melhor porque ele é perfeito. O primeiro escudo contra a tentação é o julgamento de Deus. O segundo, é a bondade de Deus.
3. Olhe para dentro e considere a natureza divina dentro de você – v. 18
Tiago usou o nascimento para falar do pecado e da morte. Mas, ele também usou o nascimento para falar da nova vida. Vejamos as características desse novo nascimento.
a) A origem do Novo Nascimento – Ele é divino e gracioso – Nicodemos pensou que precisaria voltar ao ventre materno (Jo 3:4-7). Mas o novo nascimento é o nascido de cima, do alto, de Deus, do Espírito. Não depende da nossa vontade (Jo 1:13) nem da nossa participação (Jo 3:6). Não nascemos de novo por causa dos nossos pais, decisões, religião. Ele é obra de Deus.
b) O meio do Novo nascimento – Ele é operado através da Palavra de Deus – Assim como o nascimento natural vem pelo concurso do relacionamento do pai e da mãe, o nascimento espiritual vem pelo concurso da Palavra e do Espírito (1 Pe 1:23).
c) O propósito do Novo nascimento – Este nascimento é o mais nobre dos nascimentos – Somos as primícias das suas criaturas. Ele é o mais alto nascimento para o mais alto tipo de vida.
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