O protesto de ontem foi maior do que o de 12 de abril e menor do que o de 15 de março; e o fato de ter sido menor do que o de 15 de março não o diminui em nada, uma vez que os protestos de março e abril foram os maiores da história do Brasil. Aliás, o de ontem, por ter superado o de abril, se tornou, simplesmente, o segundo maior protesto da história do país. Entretanto, a cobertura da imprensa brasileira aos protestos de ontem foi fria, diferentemente do que se viu nos outros dois protestos, e isso tem uma razão de ser.
Segundo matéria do jornal Folha de São Paulo, os grandes meios de comunicação brasileiros estão sofrendo financeiramente com a crise econômica e, por isso, resolveram, nos últimos dias, usar sua influência para "jogar água na fervura" do impeachment, achando que salvar Dilma trará a estabilidade política que o país precisa para restaurar a economia. Errado: as instabilidades política e econômica continuarão enquanto o PT estiver no poder. Dilma saindo, a instabilidade política começará a desvanecer; entretanto, os donos dos grandes meios de comunicação no Brasil, que historicamente sempre viveram abraçados com o governo (seja qual for a matiz ideológica que o governo de plantão tenha em cada época), estão fechando os olhos para isso. Um dos defensores desse raciocínio torto é nada menos, nada mais, que o Grupo Globo, o maior de todos, conforme noticiado pelo jornal Folha de São Paulo (leia AQUI
Os donos dos principais meios de comunicação brasileiros estão deliberada e descaradamente indocontra o desejo da população, tentando salvar o combalido governo do PT, o que pode resultar em uma destruição definitiva e total de nossas instituições, o que durará muito mais tempo para ser reconstruído. Será a "argentinização" ou "venezuelização", sem volta a médio prazo, do país. E como se não bastasse o cálculo errado desses grandes empresários, a maioria das redações de jornais, revistas e tevês é formada de jornalistas ideologicamente simpáticos ao partido que comanda o governo há 13 anos. Por isso, vemos o inacreditável hoje: todas as matérias tentando diminuir o que houve ontem, como se o governo tivesse saído "vitorioso" (sic) ou tivesse "ganhado tempo" (sic). Mais de um milhão de pessoas nas ruas pedindo o impeachment e o governo saiu "vitorioso"!?!? Todos os protestos que derrubaram Collor em 1992 levaram apenas 70 mil pessoas às ruas. Só os protestos de ontem levaram pelo menos 15 vezes mais (os dados da PM falam de 880 mil, mas não contam Rio de Janeiro e Recife, que foram, simplesmente, o segundo e o terceiro maiores protestos de ontem, além de dezenas outras cidades menores que não contaram também com dados oficiais da PM e por isso não entraram nas estatísticas).
É um desserviço total. Os jornais de hoje parecem estar vivendo em um mundo paralelo. Até a imprensa internacional cobriu mais decentemente os protestos no Brasil do que a grande imprensa de nosso próprio país. O resultado disso? A queda cada vez maior da audiência das publicações desses grupos e o aumento vertiginoso da audiência de sites que se opõem ao governo.
Ainda há jornalismo realmente independente, mas são apenas alguns casos isolados aqui e acolá dentro da velha imprensa e fora dela. Ou seja, infelizmente, o jornalismo praticado pela maioria dos antigos canais de comunicação no Brasil já perdeu a sintonia com o Brasil há muito tempo. A continuar assim, continuará em decadência.
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