“E surgirão muitos falsos profetas e enganarão a muitos. E, por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos se esfriará. Mas aquele que perseverar até ao fim será salvo” (Mt 24-11-13).
Tomando por base o que a Bíblia diz sobre o fim dos tempos, em relação à Igreja do Senhor Jesus, veremos que o próximo grande acontecimento será o Arrebatamento da Igreja. Parece algo fantástico, inacreditável para a maioria das pessoas, no mundo sem Deus, mas, seguramente, se cumprirá, pois Jesus assegurou que passará os céus e a terra, mas suas palavras não hão de passar (Mt 24.35).
O Sermão Profético de Jesus, proferido diante dos discípulos, começou em resposta a uma indagação deles, quando o convidaram para olhar para a arquitetura do Templo em Jerusalém: “E, quando Jesus ia saindo do templo, aproximaram-se dele os seus discípulos para lhe mostrarem a estrutura do templo. Jesus, porém, lhes disse: Não vedes tudo isto? Em verdade vos digo que não ficará aqui pedra sobre pedra que não seja derribada” (Mt 24.1,2).
Eles ficaram calados, pensativos, durante todo o percurso entre o Templo e um momento de descanso, sob as árvores, no monte das Oliveiras, que fica bem próximo.
Mas, após se acomodarem naquele lugar, que lhes era bem familiar, certamente comentando a resposta profética de Jesus, resolveram interrogá-lo sobre a questão da destruição do Templo: “E, estando assentado no monte das Oliveiras, chegaram-se a ele os seus discípulos, em particular, dizendo: Dize-nos quando serão essas coisas e que sinal haverá da tua vinda e do fim do mundo?” (Mt 24.3). Eles estavam conscientes de que Jesus haveria de se ausentar por um período não revelado de tempo, para voltar aos céus, mas voltaria para reinar com seu povo na terra.
E queriam saber do Mestre sobre os sinais da sua segunda vinda, bem como dos acontecimentos que marcariam “o fim do mundo”. Sem dúvida, a mente dos discípulos estava cheia de inquietações, de perguntas, dúvidas e incertezas quanto ao futuro da humanidade, do mundo e deles próprios. Ante a questão levantada por eles, Jesus começou a proferir um dos mais impressionantes sermões de seu ministério, denominado Sermão Profético. Neste, Jesus discorreu sobre cinco grupos de sinais referentes ao “fim dos tempos” ou do fim do mundo .
O primeiro conjunto de sinais profetizados por Jesus refere-se ao prenúncio do fim, quando eventos escatológicos hão de acontecer, sem, no entanto, ser “o fim”, propriamente dito. No segundo grupo de sinais, há diversos alertas ou advertências para seus próprios seguidores, que abrangeria a Igreja, no sentido universal, como a Noiva do Cordeiro. Ele fala sobre os “falsos cristos”, enganadores, e sobre muitos que serão enganados; chama a atenção para a ocorrência de guerras e “rumores de guerras”, que acontecerão nos dias precedentes á sua volta para arrebatar a Igreja. E, nesse ponto, logo adverte: “Mas todas essas coisas são o princípio das dores” (Mt 24.8). Essa expressão, “princípio das dores”, é uma alusão a uma mulher grávida, que sente as primeiras dores, indicando que dentro de poucas horas terá o seu filho. Elas começam mais espaçadas, de meia em meia hora; e vão-se estreitando, de minutos em minutos, até chegar a dar à luz a criança.
Jesus alerta os seus discípulos de que muitos deles seriam entregues às autoridades para serem castigados e até mortos por causa de sua fé em Cristo. E, por causa disso, certamente, muitos se escandalizariam, e dariam lugar à iniquidade e à falta de amor, que é uma das características mais marcantes dos tempos do fim. Jesus advertiu, também, quanto aos falsos profetas, e lhes prenunciou um aspecto altamente alvissareiro dos tempos que antecedam a sua vinda: a pregação do evangelho em todo o mundo, como condição para a consumação do fim.
Na fala de Jesus, num segundo bloco de informações, ante os olhares atentos dos discípulos para sua resposta, Jesus descreve, resumidamente, como será a Grande Tribulação. Chama a atenção, nos versículos 15 a 20 do capítulo 24 de Mateus para a situação vexatória que sobrevirá sobre o povo de Israel, desde “a abominação da desolação, de que falou o profeta Daniel”, passando pelas aflições dos que estiverem nos montes, e das grávidas que houver naquele tempo de angústia. E sublinha, em sua fala, algo que deve ter estarrecido os discípulos; “porque haverá, então, grande aflição, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem tampouco haverá jamais. E, se aqueles dias não fossem abreviados, nenhuma carne se salvaria; mas, por causa dos escolhidos, serão abreviados aqueles dias” (Mt 24.21,22). E adverte mais uma vez para os falsos cristos e falsos profetas que haverão de surgir. E lembra que sua vinda será “como o relâmpago sai do oriente e se mostra até ao ocidente” (Mt 24.27).
Num terceiro bloco de predições, Jesus falou aos discípulos sobre a sua vinda em glória, quando o sistema sideral será abalado, e “aparecerá no céu o sinal do Filho do Homem; e todas as tribos da terra se lamentarão e verão o Filho do Homem vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória, precedido de seus anjos” (Mt 24.30) que “ajuntarão os seus escolhidos desde os quatro ventos, de uma à outra extremidade dos céus” (Mt 24.31).
Jesus aguçou a mente dos discípulos ainda mais quanto à brevidade de sua Segunda Vinda quando declarou: “Em verdade vos digo que não passará esta geração sem que todas essas coisas aconteçam.
0 céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão de passar” (Mt 24.34,35). Eles devem ter-se indagado: “esta geração”? Será que o Senhor Jesus vai para o céu e voltará, alcançando nossa geração?
Nos dois últimos blocos do seu Sermão, Jesus falou aos discípulos sobre a necessidade de vigilância constante, dizendo: “Porém daquele Dia e hora ninguém sabe, nem os anjos dos céus, nem o Filho, mas unicamente meu Pai” (Mt 24.36). Acrescentando que Ele virá numa hora em que o mundo estará em pleno desenvolvimento de suas atividades normais, como comer, beber, casar, e de atividades profissionais. E conclui essa parte do Sermão, dizendo que haverá dois tipos de servos: os fiéis e os negligentes. Os fiéis serão galardoa- dos e os infiéis serão condenados pelo Senhor.
I - Sinais na Vida Religiosa
Os “últimos dias”, na linguagem profética, referem-se aos dias que antecedem à vinda de Jesus. Como nos revelam as Escrituras Sagradas, a vinda de Jesus dar-se-á em duas fases. A primeira corresponde ao arre- batamento, quando Jesus virá “para os seus”, ou seja, para os que estão salvos, que fazem parte da Igreja do Senhor. Antes de sua morte e de sua ascenção aos céus, Jesus disse a seus discípulos: “E, se eu for e vos preparar lugar, virei outra vez e vos levarei para mim mesmo, para que, onde eu estiver, estejais vós também” 0o 14.3). Jesus virá, no arrebatamento, para “todos os que amarem a sua vinda” (2 Tm 4.8). Na sua vinda em glória, Ele virá com seus santos, e com os anjos (Jd 14-16; 2 Ts 1.7; Ap 19.14). É preciso cuidado para não confundir o arrebatamento (Ia fase da vinda de Jesus, com sua vinda em glória - 2a fase de sua vinda).
Com relação à primeira fase de sua vinda, ou o arrebatamento, há interpretações muito estranhas e sem respaldo bíblico. Há ensinadores que dizem que Jesus já voltou, no Dia de Pentecostes, na pessoa do Espírito Santo. Porém, esse argumento carece de qualquer consistência, pois Jesus disse que o Espírito Santo só viria depois que Ele fosse para o céu. “Todavia, digo-vos a verdade: que vos convém que eu vá, porque, se eu não for, o Consolador não virá a vós; mas, se eu for, enviar-vo-lo-ei” (Jo 16.7). Segundo Horton,1 há os que ensinam que a volta de Jesus ocorre quando ele se converte e Jesus entra em seu coração. Não cabe nem comentário, pois está escrito que os salvos esperam Jesus, vindo dos céus: “Mas a nossa cidade está nos céus, donde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo” (Fp 3.20). Os Testemunhas de Jeová, depois de terem falhado reiteradamente, em marcar a volta de Jesus, dizem que Ele voltou à terra invisivelmente, em 1874.
Assim, antes do arrebatamento, haverá sinais evidentes de que o fim está próximo. Ou seja, o fim da ordem mundial, que reina ao longo dos séculos, desde a criação do mundo. Antes de Jesus voltar, para buscar a sua Igreja, sinais ocorrerão em diversas áreas da vida da humanidade. A seguir, um resumo desses sinais proféticos. Jesus revelou aos discípulos que, antes da sua vinda, ou antes do fim, haveria os seguintes sinais na vida religiosa.
1. Os Falsos Cristos e Falsos Profetas
“E Jesus, respondendo, disse-lhes: Acautelai-vos, que ninguém vos engane, porque muitos virão em meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo; e enganarão a muitos’’ (Mt 24.4,5). Notemos que Jesus disse que haveria “muitos” falsos cristos que enganariam “a muitos”. Só estão enganados aqueles que não aceitam a palavra de Cristo, e preferem aceitar as mensagens enganosas e heréticas de falsos cristos. Jesus disse: “E surgirão muitos falsos profetas e enganarão a muitos ’ (Mt 24.11). Já foi visto, no capítulo 1, que, em séculos passados, surgiram muitos falsos profetas, os quais enganaram a muitas pessoas, e, mesmo tendo falecido, seus ensinos heréticos continuam a ter seguidores e adeptos, dominados por suas heresias.
2. Apostasia
Diz o apóstolo Paulo: “Mas o Espírito expressamente diz que, nos últimos tempos, apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores e a doutrinas de demônios” (1 Tm 4.1). “Apostasia (gr. apostasia) significa “desvio”, “afastamento”, “abandono”.2 Tem o sentido também de revolta , ‘rebelião”, no sentido religioso. Numa definição clara, apostasia quer dizer “abandono da fé”. Ocorre quando alguém, individualmente ou em grupo, passa a aceitar doutrinas estranhas ou heréticas, em desacordo com a linha de doutrina que esposava antes do seu desvio (2 Tm 4.4). Apostasia, no original do Novo Testamento, vem do verbo aphistemi, com o sentido de “... rejeitar uma posição anterior, aderindo a posição diferente e contraditória à primeira fé, repelindo-a em favor de nova crença”.3 Nos últimos anos, esse comportamento tem sido mais observado do que em tempos passados. E impressionante como líderes, outrora ortodoxos, hoje, apregoam ideias opostas àquele ensinamento que defendiam.4
A apostasia é um sinal fortíssimo do prenúncio da vinda de Jesus. Ninguém, de maneira alguma, vos engane, porque não será assim sem que antes venha a apostasia e se manifeste o homem do pecado, o filho da perdição” (2 Ts 2.3). Na vida espiritual, ou religiosa, são esses os sinais mais marcantes que antecedem a volta de Cristo. A apostasia precede os outros dois, que são a manifestação “do homem do pecado” e do “filho da perdição”. “Esse é um sinal de grande significado. Hoje, a apostasia, na área do ensino, tem assumido proporções muito significativas, e há igrejas que comemoram festas judaicas, como a Festa dos Tabernáculos, a Festa da Colheita e até a Páscoa, que são festas eminentemente judaicas.
Em certas denominações, ou igrejas neopentecostais, há verdadeiro “culto aos anjos”, em que pregadores, manipulando o auditório, dizem estar vendo anjos, que “o anjo chegou”, que o “anjo já se sentou na cadeira do meio”, e outras invencionices, visando atrair as atenções e o emocionalismo dos que não conhecem as Sagradas Escrituras. Há também as chamadas “novas unções”, em que pastores se dizem ser possuidores de poderes especiais da parte de Deus. Sem falar na apostasia de caráter moral e litúrgico, em que crentes, mesmo em igrejas pentecostais históricas, fazem do culto um momento de exibicionismo e emocionalismos escandalosos, com as demonstrações do chamado “ré-té-té”, que depõe contra a ordem no culto e o bom nome do evangelho. Há igrejas que retiram os bancos ou as cadeiras e fazem do lugar de adoração ringue de lutas marciais, danceterias, boates gospel e até local de “rodeio”, onde o pastor monta num touro para atrair pessoas para Cristo.
4. Religiões Ocultistas - de Demônios
“Mas o Espírito expressamente diz que, nos últimos tempos, apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores e a doutrinas de demônios” (1 Tm 4.1 - grifo nosso). Além da apostasia teológica e moral, o surgimento e expansão de “doutrinas de demônios”, por meio dos “espíritos enganadores”, tem sido uma das marcas deste presente século. Na Europa, o cristianismo está em decadência. Milhares de igrejas ou denominações evangélicas fecharam no Velho Continente, e grandes templos foram vendidos e transformados em bares, restaurantes, bibliotecas, museus e mesquitas muçulmanas. Menos de 5% da população vai a qualquer igreja. Enquanto isso, o satanismo e as religiões ocultistas têm proliferado no continente que já foi berço de grandes avivamentos e celeiro de missionários. No meio da juventude, muitos jovens outrora crentes, hoje, são adeptos do espiritismo, da Nova Era e de religiões reecncarnacionistas. Nos Estados Unidos, segundo estatísticas, 40% dos jovens não mais vão às igrejas. Mas a sedução do ocultismo tem atraído a muitos para seus arraiais. Diz Paulo: “se ainda o nosso evangelho está encoberto, para os que se perdem está encoberto, nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que não lhes resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus” (2 Co 4.3,4).
5. O Estado de Israel
Nenhuma nação do mundo, a não ser Israel, tem papel tão importante para o calendário profético em relação aos últimos dias das dispensações bíblicas. O que acontece com Israel deve ser anotado com cuidado no que respeita ao cumprimento das profecias sobre o fim dos tempos. Por causa da desobediência a Deus, a nação israelita foi dispersa pelo mundo (Dt 28.25; Lv 26.33). Rejeitando o Messias, por não entender que Cristo era o enviado de Deus para seu povo, os judeus vieram Jerusalém ser invadida pelas tropas romanas, no ano 70 d-C, a cidade foi destruída e seus habitantes dispersos pelo mundo, ficando privados de seu território, não ficando “pedra sobre pedra”, conforme Jesus previu (Mt 24.2).
Porém, por causa do concerto de Deus com Abraão, Isaque e Jacó, reiterado com Davi e os profetas, Deus já previra a restauração nacional de Israel como como Estado (Dt 4.29,30; Ez 11.17-36). Na Idade Média, milhares de judeus foram queimados em praça pública pela intolerância da igreja católica; na Segunda Guerra Mundial, mais de 6 milhões de judeus foram exterminados pelos nazistas, nos campos de concentração alemães. Mas as promessas de Deus não podem falhar. Em 14 de maio de 1948, por desígnio de Deus, por intermédio da ONU, Israel foi restabelecido como Estado soberano e independente, com direito a retornar à sua terra. Isaías profetizou: “Quem jamais ouviu tal coisa? Quem viu coisas semelhantes? Poder-se-ia fazer nascer uma terra em um só dia? Nasceria uma nação de uma só vez? Mas Sião esteve de parto e já deu à luz seus filhos” (Is 66.8 - grifo nosso).
Uma pequena nação, num território exíguo, cercado de inimigos, só um milagre de Deus pode explicar a existência de Israel e sua permanência como Estado soberano. Os adversários de sua existência o atacaram em 1948, e foram derrotados. Em 1967, Israel foi atacado por 13 nações árabes, e as venceu; em 1973, foi atacado mais uma vez, na Guerra do Yon Kipur, e derrotou os exércitos inimigos de forma avassaladora, impondo seu poderio militar e estratégico. Mas, sem dúvida alguma, foi a mão de Deus que protegeu a nação que Ele escolheu para ser “reino sacerdotal e povo santo. Estas são as palavras que falarás aos filhos de Israel” (Êx 19.6). “Dias virão em que Jacó lançará raízes, e florescerá e brotará Israel, e encherão de fruto a face do mundo” (Is 27.6). A parábola da figueira foi usada por Jesus para indicar as proximidades dos últimos dias. “Igualmente, quando virdes todas essas coisas, sabei que ele está próximo, às portas. Em verdade vos digo que não passará esta geração sem que todas essas coisas aconteçam. O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão de passar” (Mt 24.33-35 - grifo nosso). Os discípulos entenderam que o Mestre se referia à sua geração, que vivia naquele tempo. Mas geração pode ser traduzida como etnia ou raça. Jesus dizia que os judeus seriam um sinal um sinal profético para os fins dos tempos.
6. Dois Tipos de Crentes
Quando Jesus vier para arrebatar a sua Igreja, haverá dois tipos de crentes: os que estão preparados para subir e os que estão preparados para ficar. A parábola das Dez Virgens (Mt 25.1-13) nos dá essa mensagem de alerta. Toma por base um casamento judaico típico, quando dez damas de honras, ou testemunhas, acompanhavam os noivos no seu casamento. Era uma grande honra participar da grande festa. As dez virgens representam todos os crentes que estiverem vivos, por ocasião da volta do Senhor. As cinco “prudentes” representam os crentes salvos, lavados no sangue de Jesus, e que permanecem em santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor (Hb 12.4; 1 Ts 5.23). São “o joio”, na seara do Senhor (Mt 13.30). As virgens “loucas” ou “insensatas” representam os crentes que, por ocasião do arrebatamento, estiverem descuidados, negligentes, e não esperam a volta do Senhor. A santificação do crente salvo depende de sua comunhão com Jesus e com o Espírito Santo. O azeite nas vasilhas, ou seja, nas vidas, representa a unção do Espírito. Sem esse “azeite”, inclusive com reserva, é impossível estar preparado para entrar para as Bodas do Cordeiro.
7. Perseguição aos Cristãos
A Igreja de Jesus nasceu debaixo da perseguição; cresceu e se desenvolveu no mundo sob perseguição e, na vinda de Jesus para arrebatá-la, terá como sinal evidente a perseguição contra os servos de Cristo. Jesus profetizou esse sinal: “Então, vos hão de entregar para serdes atormentados e matar-vos-ão; e sereis odiados de todas as gentes por causa do meu nome” (Mt 24.9). Na história da Igreja, houve a perseguição dos judeus; seguiu-se a perseguição do Império Romano; tempos depois, na Idade Média, a perseguição movida pela igreja dominante, com a Inquisição; na idade moderna, veio a perseguição dos materialistas, que se levantaram contra Deus e sua igreja; no século XX, levantou-se a perseguição do comunismo ateu; todas essas perseguições tinham um único objetivo: destruir a Igreja de Jesus Cristo. Objetivo completamente sem sucesso. Pois Jesus disse: “Pois também eu te digo que tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mt 16.18).
No século XXI, nesta era pós-moderna, a perseguição aos crentes em Jesus não diminuiu. Tem-se acentuado. Desde o século anterior, mais cristãos foram mortos por causa de sua fé do que em todos os séculos precedentes. Certamente são “as dores e parto” que estão se encurtando. Desde 2012 até os dias presentes, a média de cristãos assassinados por causa de sua fé é de 100.000 por ano! Um número impressionante. Onze cristãos são mortos por dia. Nenhuma outra religião tem tantos fiéis mortos quanto o cristianismo.
Nos últimos anos, a mais cruel e covarde perseguição aos cristãos tem sido protagonizada pelo famigerado, assassino e terrorista Estado Islâmico”. Um grupo extremista, que tem a finalidade de implantar um governo islâmico radical, nos moldes do século VII, um Califado, que pretende dominar o Oriente Médio, e, dali, expandir seus domínios políticos e doutrinários ao mundo, usando a violência, a intimidação e o terror. No momento, esse grupo terrorista já matou milhares de cristãos e outras minorias; e domina 40% do território sírio e um quarto do território do Iraque.
Impressiona a omissão do Ocidente e até mesmo dos evangélicos no mundo com relação a esse verdadeiro “holocausto” de cristãos. A morte de 10 pessoas, que trabalhavam num semanário francês, criticando o profeta Maomé teve mais repercussão que o extermínio de milhares de cristãos pelos terroristas islâmicos. No entanto, há uma bem-aventurança para quem for alvo dessa perseguição cruel: “bem -aventurados sois vós quando vos injuriarem, e perseguirem, e, mentindo, disserem todo o mal contra vós, por minha causa. Exultai e alegrai-vos, porque é grande o vosso galardão nos céus; porque assim perseguiram os profetas que foram antes de vós” (Mt 5.11,12).
II - Sinais do Céu (Lc 21.11)
Os discípulos não devem ter alcançado o que Jesus dizia sobre sinais do céu. Ainda hoje, intérpretes dos livros proféticos divergem quanto a essa profecia. “... e haverá, em vários lugares, grandes terremotos, e fomes, e pestilências; haverá também coisas espantosas e grandes sinais do céu” (Lc 21.11 - grifo nosso). Notemos que o texto diz “sinais do céu” e não sinais “no céu”. Há quem ensine que se tratam dos objetos voadores não identificados (OVNIs), ou o aparecimento dos ETs, seres extraterrestres. Não dá para termos uma interpretação conclusiva. Os chamados OVNIs têm sido identificados como aviões não tripulados, ou aviões secretos dos Estados Unidos, da Rússia ou de outro país com tecnologia avançadíssima, que produzem naves tão estranhas que são difíceis de serem detectadas. A questão dos ETs nos parece que são de origem demoníaca, pois levam as pessoas a acreditarem que há seres inteligentes em outros planetas. Na verdade, não devemos especular e muito menos doutrinar sobre coisas que não são reveladas.
III - Sinais em Baixo na Terra
No meio do seu sermão profético, Jesus previu que, antes de sua volta, para buscar a Igreja, “se levantará nação contra nação, e reino contra reino, e haverá fomes, e pestes, e terremotos, em vários lugares” (Mt 24.7). Quanto a “nação contra nação”, não é nenhuma novidade. Há séculos que há guerras, aqui e ali, além das duas grandes Guerras Mundiais; mas, no período que antecede a volta de Cristo, o sinal profético dá a entender que essas guerras seriam mais constantes, ainda que não globalizadas. O mesmo se dá quanto à existência de “reino contra reino”; mesmo no presente tempo, vemos o surgimento de “guerras” ideológicas em muitos países e continentes.
Na Europa há uma guerra velada, com ameaça dos extremistas islâmicos, como ocorreu, há poucos meses, em virtude de o semanário francês Charlie Hebdo ter publicado charges com a imagem do profeta Maomé. O grupo Al Qaeda, de origem islâmica, também ameaça o mundo com suas ações terroristas; o Estado Islâmico faz guerra no Oriente Médio e ameaça levá-la ao mundo todo; outro grupo extremista e sanguinário também atua na Nigéria, e seu alvo principal é a destruição da fé cristã.
Na Palestina, o estado de guerra é permanente, entre nações árabes e Israel, pela posse de territórios, disputados pelas nações vizinhas. O grupo Hamas, que atua em Gaza, tem como objetivo lançar Israel no mar, e eliminá-lo do mapa como nação. No Irã, líderes islâmicos profetizam a destruição de Israel por Alá, até que não haja mais um único judeu escondido atrás das árvores.
Quanto à ocorrência de “terremotos em vários lugares”, tem sido recorrente, ao longo dos séculos. Há algumas décadas, houve notícias de grandes tremores de terra, ao longo da História. O registro de terremotos, ao longo dos séculos, é sinal da volta de Cristo, pelo seu crescimento geométrico, anotado por órgãos oficiais, que pesquisam os fenômenos sísmicos.
No século I ao século XVI, houve menos de 10 terremotos a cada cem anos. No século XVII, houve 10 terremotos, indicando aumento significativo. No século XIX, foram registrados 15 tremores de terra; no século XX, o número de abalos sísmicos subiu para quase 100 por ano, e, entre 1970 a 1979, ocorreram 1553 tremores de terra. “O número de terremotos tem aumentado assustadoramente nos últimos 20 anos. Entre 2000 e 2010, aconteceram mais de 200.000 terremotos em toda a faixa da escala Richter, de acordo com o United States Geological Survey, dos Estados Unidos”.5 Nos últimos anos, estima-se que ocorram de 300.000 a 500.000 terremotos por ano.’ Destes, cerca de 100.000 são percebidos pelos sentidos das pessoas. A maior parte dos tremores ocorrem em escalas imperceptíveis ao ser humano. Só são detectados pelos equipamentos de medição da intensidade sísmica, instalados em diversos países, e observados por laboratórios especializados.
Além desses sinais, há também a previsão da ocorrência de secas e catástrofes ecológicas, que produzirão fome e pestes “em vários lugares” (Mt 24.7). As secas ou estiagens têm preocupado os governos e cientistas. Na África, na região do Shael, ainda existem períodos de tanta seca, que populações inteiras clamam por comida e por água. No mundo todo, já há uma preocupação com a “administração das águas” por parte das nações. Há quem diga, talvez exageradamente, que a III Guerra Mundial será pela disputa de mananciais de água potável. No Brasil, nos dias presentes, em alguns estados, há secas severas, que obrigam os governos a atender as populações com o uso de carros-pi- pa. Em São Paulo, o nível dos mananciais que abastecem regiões está tão abaixo do mínimo necessário que demanda medidas emergenciais de alto custo.
IV - Sinais na Vida Moral
A Bíblia diz: Qualquer que comete o pecado também comete iniquidade, porque o pecado é iniquidade” (1 Jo 3.4). O pecado é iniquidade. E sua multiplicação, de forma desenfreada, é um dos sinais evidentes da proximidade do fim dos tempos, antes do arrebatamento da Igreja (Mt 24.12). Equivale dizer que por se multiplicar a pecaminosidade do homem, o amor tende a esfriar. Lamentavelmente, até no meio cristão, o amor tem esfriado em muitos corações, por causa da iniquidade, ou do pecado, no meio cristão.
Essa multiplicação da iniquidade foi comparada por Jesus com o clima espiritual do tempo do patriarca Noé. O texto de Lucas aparentemente não reflete nada que diga respeito ao alastramento do pecado: “E, como aconteceu nos dias de Noé, assim será também nos dias do Filho do Homem. Comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca, e veio o dilúvio e consumiu a todos (Lc 17.26-27). Comer, beber, casar são práticas normais na vida do ser humano. No entanto, algo muito pior acontecia, no tempo de Noé. “E viu o Senhor que a maldade do homem se multiplicara sobre a terra e que toda imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente. Então, arrependeu-se o Senhor de haver feito o homem sobre a terra, e pesou-lhe em seu coração. [...] A terra, porém, estava corrompida diante da face de Deus; e encheu-se a terra de violência. E viu Deus a terra, e eis que estava corrompida; porque toda carne havia corrompido o seu caminho sobre a terra" (Gn 6.5,6,11,12 - grifos nossos). A iniquidade, ou a maldade, nos dias de Noé, chegaram a tal ponto que Deus resolveu destruir toda a humanidade de então (Gn 6.13). A população da terra “estava corrompida”; “toda carne havia corrompido o seu caminho”. Ou seja: as práticas do pecado estavam tão multiplicada que a iniquidade era generalizada.
Lucas prossegue, registrando o sermão de Cristo, mostrando que os últimos dias seriam semelhantes ao que ocorria nos dias do patriarca Lo. Como também da mesma maneira aconteceu nos dias de Ló: comiam, bebiam, compravam, vendiam, plantavam e edificavam. Mas, no dia em que Ló saiu de Sodoma, choveu do céu fogo e enxofre, consumindo a todos. Assim será no dia em que o Filho do Homem se há de manifestar” (Lc 17.28-30 - grifo nosso). Notemos que, quando Jesus fala dos “dias e Noé , inclui a realização de casamentos, mesmo em meio a tanta corrupção moral. Mas, quando se refere aos “dias de Ló”, o quadro moral e social muda. Não fala em casar e dar-se em casamento. Não é significativo? Porque um dos pecados mais evidentes, nos “dias de Ló”, em Sodoma e Gomorra, era a prática homossexual desenfreada. Em capítulo adiante, voltaremos a refletir sobre esse aspecto.
Disponível em http://www.tempodofim.com/sinais/sinal4.htm. Acessoem 6 de junho de 2015.
CPAD. Bíblia de Estudo Pentecostal, p. 1856.
CHAMPLIN, Russel Normam. O Novo Testamento interpretado - versículo por versículo. Vol. 5, p. 318.
LIMA, Ehnaldo Renovato de. As ordenanças de Cristo nas Cartas Pastorais, p. 55.
HORTON, Stanley M. Teologia sistemática, p. 627.
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