Uma discussão que provoca significativos debates é a transição entre passado & futuro, antigo & novo. O grupo mais ousado deseja radicais e urgentes transições; o grupo mais conservador, tende a manter o status quo e manter os velhos padrões de gestão, atitudes, porque se sente ameaçado pelo novo.
Como encontrar equilíbrio entre as transições importantes e transformadoras?
Quais os riscos do novo?
Que tensões podemos antecipar nesta delicada mudança?
Esta tensão historicamente sempre foi polarizada. Grupos extremados tornam inviável esta discussão, porque não conseguem encontrar equilíbrio. Como romper com velhos padrões metodológicos e tecnológicos, sem perder valores e princípios? Como não confundir acidente com essência e temporal com o eterno. Por termos uma sociedade que descarta facilmente a velha tecnologia, e uma cultura de desprezo ao valores antigos, isto pode ser generalizado para a ética. Corre-se o risco da perda da sensibilidade, espiritualidade, família e moral, porque confunde-se as coisas. Esta é uma das razões dos conservadores se tornarem avessos às mudanças: eles temem que isto cause uma generalização e alcance a ética.
No entanto, devemos lembrar que o falso não anula o verdadeiro, ainda que possua similaridades aparentes. Os ingleses costumam dizer que precisamos aprender a jogar fora a água suja da banheira mas não o bebê que tomou banho nela. Este é um bom princípio. É importante refletir sobre isto.
Muitos se tornam rígidos na metodologia e não querem mudar, tornam-se travados e obsoletos. Outros querem mudar tudo, radicalizar, como dizia o “maluco beleza” (Raul Seixas): “Eu prefiro ser, esta metamorfose ambulante, do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo”. Não ter valores e opiniões acerca de nada é utópico e perigoso. Não podemos ter preconceito, mas não ter conceito é outro grande risco. A vida precisa de fundamentos e valores, marcos que orientem, que regulem relações, justiça e princípios. Por isto existe lei, constituição, convenções e regras sociais.
Não dá para viver no passado, aferrado às tradições, sustentando paradigmas que perderam relevância com o tempo. Não faz sentido usar calculadora quando se tem Excel; máquina de datilografia quando se tem computador; mimeógrafo, quando se tem copiadora; nem flanelógrafo se existe multimídia. Inovar e avançar é imprescindível e inexorável. Ao mesmo tempo, não dá para confundir temporal com eterno, nem transitório com permanente. O passado não deve ser descartado na sua essência, e nem o futuro, assumido na sua integralidade quando corre-se o risco de perder a própria alma.
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