Não nos enganemos: O maior desejo do coração do homem é a alegria. Certamente você deve pensar em algo que lhe pareça mais essencial. Sim, é verdade que desejamos muitas outras coisas, lutamos por elas, trabalhamos duramente para conquistá-las, lamentavelmente sacrificamos consciência e até mesmo a pureza da fé no afã em encontrar aquilo que pensamos que dará sentido, status e valor, mas inconscientemente buscamos algo mais profundo – a alegria.
O problema é que julgamos que, tendo isto ou conquistando aquilo o senso de plenitude virá. Fazemos letais e fracassadas associações: “quando fizer isto...”ou, “quando conquistar aquilo...”e como na lenda do pote de ouro no final do arco íris, o caçador cansado não encontra o que procura e morre extenuado.
Por definição, esta busca insana e obsessiva por coisas é, teologicamente, um ídolo. Ídolo é um substituto de Deus, pretende ficar no lugar de Deus e assumir seu lugar. Facilmente os construímos em nosso coração e se você deseja identificá-los, pergunte sinceramente: “O que desejo, temo e amo mais do que a Deus?”
Por mais estranho que possa parecer numa cultura hedonista como a nossa, alegria não pode ser o alvo da vida.
Alegria é resultado. Não a causa, mas a consequência. Assim como o sono, se você o busca obsessivamente, não o encontrará. Portanto, não deite dizendo: “eu quero dormir, eu preciso dormir”. Enquanto se preocupar com o sono em si mesmo, não o encontrará. Quando esquecemos do sono, ele vem. A mente precisa desligar. Ao buscar a felicidade dizendo que precisa encontrá-la, certamente ela não será achada.
O apóstolo João, numa de suas cartas no final de sua vida declarou o seguinte: “Estas coisas vos tenho dito para que a vossa alegria seja completa” (1 Jo 1.4). Ele fala de algo que poderia trazer plena alegria. Que segredo ele encontrou que a cultura moderna perdeu?
Para entender o princípio, precisamos ler o texto anterior:
“Ora, a vossa comunhão é com o Pai e com seu Filho Jesus Cristo”(1 Jo 1.4).
O segredo da alegria estava em Deus, na comunhão, amizade e intimidade do povo de Deus com o seu Criador.
João falava disto com propriedade, já que poucas pessoas foram tão violentadas nos seus direitos pessoais quanto este homem. Exilado em Patmos por causa de sua fé, viveu num ambiente hostil, prestando serviços de escravo, espoliado de todos os seus bens, distanciado de seus queridos, mas nestas condições pode contemplar o céu e a glória de Deus.
Alguém afirmou o seguinte: “Adão viveu no Paraíso e não estava satisfeito. João em Patmos, teve visões celestiais. Isto demonstra que o importante não é o lugar ou as condições nas quais você vive, mas como está o seu coração”.
No abandono e exclusão, João teve a benção de encontrar a plena alegria na comunhão com o Pai, e com seu Filho, Jesus Cristo.
Por Samuel Vieira
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