Um episódio que aconteceu com Davi que está registrado em 1Sm 30.1-6, nos traz lições importantes sobre como manter o foco na solução em vez de ficar perdendo tempo com o que não importa.
A cidade filisteia de Ziclague onde Davi morava, havia sido atacada pelos amalequitas quando Davi e seus soldados estavam fora. Os amalequitas além de queimarem toda a cidade, também levaram cativos os filhos grandes e pequenos, e as esposas deles (v.2).
Quando Davi e seus soldados voltaram encontraram uma terrível cena de desolação (v.3), diante do que “ergueram a voz e choraram, até não terem mais forças para chorar” (v.4). Para complicar ainda mais a situação, “o povo falava de apedrejá-lo, porque todos estavam em amargura, cada um por causa de seus filhos e de suas filhas”, mas, enquanto o povo olhava para Davi em busca de um culpado, Davi “se reanimou no SENHOR, seu Deus” (v.6).
Quando somos surpreendidos por algum revés em nossa vida:
- Não devemos entrar em desespero. Davi e o povo que o seguia choraram “até não terem mais forças para chorar”. Essas palavras descrevem uma cena de terrível desespero e extenuação. O desespero não somente nos faz perder a direção, como também extenua-nos, tira de nós toda a perspectiva de ação e forças para lutar; ele tira a nossa esperança! Chorar e lamentar faz parte do processo de recompormos as forças, mas, isso não pode ir além do necessário, pois, se nos entregarmos ao desespero, em breve veremos nossa esperança esvair-se – e quando a esperança se esvai, outros sentimentos pecaminosos tomam conta do nosso coração, como por exemplo, a amargura (v.6).
- Não perder tempo procurando culpados. Os soldados de Davi “estavam em amargura”, ou seja, eles ao sofrerem essa profunda dor buscaram o “responsável” por ela, e a pessoa a quem decidiram culpar foi Davi. Eles estavam sendo no mínimo, incoerentes. Davi não os obrigou a se ajuntarem a ele como exército (leia 1Sm 22.2, e note que dentre estes já existiam homens “amargurados de espírito”), eles se ajuntaram de livre e espontânea vontade. Além disso, os amalequitas é que foram traiçoeiros e covardes ao atacarem a cidade indefesa. Contudo, ficar ali procurando o culpado não traria de volta os cativos, e mesmo estando angustiado diante da ameaça dos seus soldados, Davi voltou-se para Deus, e Nele se reanimou.
Diante disso aprendemos a lição mais importante que este texto tem a nos ensinar, a saber mantermos o foco em Deus!
É para Deus que devemos olhar quando estivermos passando por reveses, infortúnios e quaisquer situações de aperto em nossa vida; é para Ele que devemos olhar mesmo quando tudo estiver tranquilo. É a Ele que devemos recorrer e Nele tão somente devemos confiar, pois, essas situações que nos sobrevém são instrumentos que Ele usa para lapidar o nosso caráter, fazer-nos confiar Nele e assim glorifica-Lo diante das pessoas. As palavras de Hb 12.2 mostram justamente isso: “olhando firmemente para o Autor e Consumador da nossa fé, Jesus…”. Não percamos Deus de vista; mantenhamos o foco em Deus.
Rev. Olivar Alves Pereira Pastor da Igreja Presbiteriana do Brasil, Teólogo, Mestre em Ciências da Religião pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, professor de Teologia Sistemática, Teologia Contemporânea, Ética e História Bíblica, História e Teologia da Igreja, Educação Cristã e Teologia Sistemática, Sociologia e Ensino Religioso em seminários e escolas na região do Vale do Paraíba, também escreveu lições para a revista de EBD para os adultos da Editora Cristã Evangélica. É associado à Associação Brasileira de Conselheiros Bíblicos - ABCB. Na Política sou de Direita Conservadora.
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